...Lembrando agora de um livro na época da faculdade, chamado “Perdas Necessárias” de Judith Viorst que sabiamente aborda não somente a morte física, mas todas nossas vivências relacionadas a separações e partidas. A resposta de sempre é que nunca estamos preparados o suficiente, com o que seja que saia do nosso caminho e das nossas vistas.
Em um ano de dia dos pais tão atípico, olho para os lados e vejo a saudade do distanciamento, muitas vezes necessário e provisório. Vejo o pesar e o luto dos filhos, que perderam seus pais para o COVID-19. Vejo também alguns pais que choram, pela perda de seus filhos neste momento, para o mesmo mal. Há também aqueles pais e filhos, que já estão distantes muito antes deste ano insano.
Não sei bem ao certo,se concordo com Judith. Não creio que perder seja necessário, mas creio que seja certo e real.
Que somos imperfeitos em lidar com elas, porque também somos compostos de emoções difíceis. Em qualquer fase da vida, perder vai desencadear sensações e pensamentos bastante indesejáveis e assustadores, que nos dará a impressão que não acordaremos no dia seguinte.
E é bem assim! Na maturidade, lidamos com um complemento de significantes sobre a morte, pois ela nos traz uma aproximação receosa sobre nossos próprios destinos.
As perdas, se encontram muito mais presentes em vários sentidos e formatos. Dentre o gosto do sal das necessárias lágrimas, chega um tempo em que olharemos com mais suavidade para o perfume e a cor das flores. Isso nos fará tomar consciência sobre sermos perdas na vida de alguém, e que este instante é benção nos tons da batida de nossos corações.
Um grande abraço,
Psicóloga Fabiana Witthoeft- CRP 08/08741
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