Eu e você em breve, sairemos da casinha. “Sair da casinha”: expressão da língua portuguesa na qual significa deixar de estar em estado de tranquilidade, temperança, passando a agir de maneira nervosa ou agressiva. Eu e você em breve sairemos às ruas, voltaremos ao trabalho, aos estudos, às atividades esportivas e a algumas de lazer. Assim, que a vida for voltando ao normal após esta pandemia ocasionada pelo coronavírus, fiquei me perguntando como vamos retornar a este “mundo novo”. Teremos novas regras, funções e papeis. Estaremos em maior contato com nossas escolhas, autorresponsabilidades e aceitações. Se por um lado já temos um mundo novo tendo que lidar com acolhimento e prevenção, do outro temos a nós enlaçando direitos e obrigações. São dois lados, que não possuem muita amizade e harmonia. Antes mesmo de sairmos às ruas, já nos vemos “saindo da casinha” por uma série de fatores que nos apunhalam emocionalmente. Episódios de ansiedade, episódios depressivos, somatizações, transtornos alimentares e do sono. É inevitável, “sairmos da casinha” neste momento. Mas, e depois? Quando eu estiver retornando a vida, como vou saber me portar diante aos cuidados e prevenção em relação a mim e em relação ao outro?
Quais são meus limites pessoais, para não “sair da casinha”? Muito tem se imaginado sobre este mundo novo, com poucas respostas definitivas. E todos nós estamos sendo empurrados para fora da casinha, desde então. Não há possibilidades de julgar o que empurra o outro para fora da sua casinha: “ah, fulano é muito neurótico com a higiene! Ah, ciclano anda muito irritado! Ah, beltrano é muito dramático!” Porque nossas impulsões são diferentes em grau e gêneros. O que nos coloca aos pontapés para “fora da casinha”, tem haver com o quem estamos sendo dentro das nossas moradas e o que foi construído e reformado durante este período. O mais importante é saber que todos “saímos das nossas casinhas” de uma forma ou de outra, com pandemia e sem pandemia. O importante é saber que se tem uma casinha, que deveria ser sagrada aos nossos cuidados e respeito. Atenção a sua casinha, pois ela representa a sua saúde mental. Limpa, organiza, enxerga a sujeira e muda as coisas de lugar, se for preciso. Se não conseguir sozinho, pede ajuda, tá? Um grande abraço.
Psicóloga Fabiana Witthoeft – CRP 08/08741
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