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Amar na pandemia...



*Convivência e rotina:

Os dias continuavam estranhos. A vida que sempre pedia pressa e com agenda social atribulada nos finais de semana, agora sugeria um encontro mergulhado em nós dois em nossas 24 horas. No mesmo espaço, desempenhando praticamente todos os papéis que não apareciam cotidianamente ao seu olhar. Nestes dias, creio que tenha conhecido outras partes de mim, que não se sobressaíam ou ainda não haviam sido lhes apresentada. Em meu universo, não tem sido fácil. Creio que já tenha reparado em meu semblante cansado, nas minhas meias palavras e nas minhas tentativas fracassadas em sorrir. Temos nos tornado invisíveis um ao outro. Há dias que nem sequer o encontro. Mas quando nos olhamos e nos vemos, sinto que deveria compreender o que se passa comigo. A conclusão é: não estou compreendendo meu universo, e não deveria querer que você compreendesse e aceitasse. Da mesma forma, creio que não tenha olhado para o seu, pois estive mais preocupada em como este mal estar dominava o meu interior. Agora compreendo porque precisamos cuidar de nossos paraísos e sermos compassivos com nossos mundos, pois eles em crise entram em guerra imediata com o mundo do outro, pedindo auxilio, socorro, suporte e atenção. Colocamos a responsabilidade das bandeiras de paz de nossos universos, naquilo que achamos que não podemos lidar ou o que nos faz falta, para que o outro a hasteie. E não é assim. Sinto muito!

*Encontrar alguém:

Os dias continuavam estranhos. A vida que sempre pedia pressa e com agenda social atribulada nos finais de semana, agora sugeria um encontro mergulhado em mim mesma em minhas 24 horas. No mesmo espaço, desempenhando praticamente todos os papéis que antes realizava fora daqui, e que me davam oportunidades de poder encontrar alguém que completasse ou quisesse conhecer o meu universo. Agora me sinto em estado de sítio, como se o mundo nunca mais voltasse ao normal e eu não tivesse mais esta chance. Em meu universo, não tem sido fácil. Tenho reparado no espelho o meu semblante cansado, minha quietude e minhas tentativas fracassadas em me animar com os flertes à distância. A conclusão é: não estou acostumada com isso, mas, no entanto deveria talvez aproveitar este momento para explorar meus valores sobre o amar e sobre ter alguém ao meu lado. Talvez eu esteja compreendendo porque precisamos cuidar de nossos paraísos e sermos compassivos com nossos mundos, pois eles em crise não nos ofertam a consciência necessária para compreendermos quando e quem necessariamente se mudará para o nosso lado. A bandeira da paz de nossos universos, não deveria ser hasteada por outro alguém no qual eu obrigatoriamente achava que me salvaria. E não é assim. Sinto muito!

*Amar a si:

Os dias continuavam estranhos. A vida que sempre pedia pressa e com agenda social atribulada nos finais de semana, agora sugeria um encontro mergulhado em mim mesma em minhas 24 horas. No mesmo espaço, desempenhando praticamente todos os papéis que antes realizava fora daqui. Com ou sem um relacionamento amoroso, compreendo que a responsabilidade sobre os meus momentos de felicidade e sobre as minhas escolhas, estão em minhas mãos. Para conhecer meu universo, só entra quem for convidado e quem queira plantar e colher junto em meu jardim. Não precisamos gostar das mesmas flores, mas devemos cuidar de todas e olhar para a mesma direção. Com ou sem um relacionamento, compreendo que não tenho o controle de tudo e que nossas vidas são feitas de capítulos. Há dias em que me misturo entre meus sorrisos e lágrimas, e compreendo que vivenciar isso em meu universo é natural. A conclusão é: com ou sem um relacionamento, procuro agradecer a simplicidade de todos estes dias e encontrar algo que me conecte com a minha verdadeira essência. Todas as noites, procuro hastear minha bandeira da paz, me responsabilizando pelos caminhos e decisões tomadas neste momento, me apreciando pelas pequenas conquistas e crescimentos e encontrando motivos para fazer valer a pena. E se em algum momento não valorizo meus passos, não me respeito ou deixo alguém me desrespeitar e ultrapassar meus limites pessoais, digo a mim mesma: Sinto muito!

Psicóloga Fabiana Witthoeft -CRP 08/08741

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