Na véspera do feriado do dia de finados, foi a primeira vez que reencontrei meu avô após a perda inesperada da minha avó no mês de maio deste ano, ocasionada por um acidente cerebral vascular. Um luto exposto na face, na postura corporal e nos sintomas e em aparentes “tanto faz”.
Já para mim, vê-lo atravessar a porta da sala pela primeira vez sem a presença dela, me trouxe sentimentos de incoerência e estranheza. Me fez reencontrar meus afetos monstros em relação a todas as perdas e derrotas, que venho vivenciando em todos estes anos. Este ano esquisito, também complementa meus pensamentos e sentimentos em relação a uma chuva que não cessa.
Tem dias que são difíceis. Mas não significam depressão. Significam tristezas que vem e vão. E nestes espaços temos as alegrias, que nos dizem que não deveriam dividir espaço com afetos negativos.
Todos nós estamos vivendo nossas lutas particulares, sem exceção. Não creia que um ciclo completo de uma vida, nunca tenha vivenciado conflitos, vazios, perdas, crises de identidade.
Compartilhamos deste traço humano de sermos incompletos e imperfeitos. No outro dia a gente acorda e sorri de novo...
Psicóloga Fabiana Witthoeft - CRP 08/08741
Comments