Você tem duas opções: ou você troca o disco ou você ouve a mesma música.
Entendo que seja difícil trocar o disco, pois você já tem aquela melodia consigo há muito tempo. Porém, você já não aumenta mais o volume, não dança, não se apaixona mais pelo momento de ouvir o mesmo disco. Há um certo receio em trocar o disco, pois a gente pode não encontrar outro tão adequado ou familiar.
A gente sequer pensa na possibilidade de achar outro disco, nesta altura do campeonato. A música é conhecida e não gera surpresas e nem faltas, mas a gente tem abaixado o som no menor volume. Nem sempre a felicidade está conosco no disco arranhado. Os dias parecem perdidos e sem sentido, mas já tentamos por mais de uma vez o tirar da vitrola. O que afinal poderemos colocar no lugar? Há poucos dias, ela percebeu que não era somente o disco estava arranhado, mas a vitrola começava a mostrar defeitos no funcionamento. Os dias estavam contados em sua vida útil. Logo percebeu que era o disco arranhado que estava prejudicando o funcionamento da vitrola, e só assim resolveu tirá-lo de lá. Chorou um pouco, demorou mais um pouco para escolher outra opção de disco de vinil.
Sentiu um pouco de saudades da antiga melodia, mas a nova lhe trazia a possibilidade da vitrola permanecer em funcionamento. Foi aos poucos que se desprendeu do disco arranhado, e passou a apreciar mais e mais a nova escolha. Aumentou o volume, dançou, se inspirou novamente com a nova música. Até chegar um dia, que não se lembrava mais de como era a música do disco arranhado. Você tem duas opções: resolver um conflito mudando uma, duas ou três vezes o seu disco arranhado, e vendo que não vai abandonar a si mesmo e a própria vida, arriscando que a sua vitrola pare. Ou, você pode aceitar o seu disco arranhado assumindo as consequências de que os riscos do disco não se curarão sozinhos e que a vitrola poderá parar de funcionar. Lembrando, que nem sempre temos tempo para comprar outra! Experimente quantas melodias forem necessárias, caso o seu disco esteja arranhado! É um ato de festejar a própria vida e não esperar que o ritmo externo de outra pessoa ou da vida, tire o seu descompasso! Dance!
Psicóloga Fabiana Witthoeft – CRP 08/08741
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