Túneis de Curitiba
- Jornal do Juvevê
- 18 de mar. de 2021
- 3 min de leitura
Entrevista com Marcos Juliano Ofenbock, pesquisador dos túneis de Curitiba e do Pirata Zulmiro

FOTO: GOOGLE
Como surgiu a ideia de estudar os túneis de Curitiba?
Em 2004 estava lendo um livro chamado “Cidades secretas da América do Sul” que citava conexões subterrâneas que existiam na América do Sul, e uma das partes do livro citava túneis que passava por debaixo de Curitiba e eu me interessei pelo assunto.
Comecei a pesquisar e em 2006 descobri uma passagem secreta no Clube Alemão Concordia e em outras pesquisas vi que existiam, túneis em locais mais afastados de Curitiba, citando o pirata Zulmiro.
O que você já viu de diferente nesses tuneis?
Estava explorando um túnel em frente a Câmara dos Vereadores de Curitiba, quando olhei ao lado tinha uma parede se mexendo, apontei a lanterna e encontrei um ninho de barata, com aproximadamente 3 mil baratas.
Eu estava explorando, no parque Barigui, uma casa de um alemão, quando entro no túnel, vejo um ninho de aranhas e o pior é que eram aranhas grandes.
Você escreveu dois livros sobre o pirata Zulmiro, poderia falar um pouco sobre?
O primeiro livro, que foi dirigido para o grupo infanto juvenil, mostra a história do Pirata que desertou da marinha britânica inglesa e veio se esconder em Curitiba, junto com sua companheira Hortência.
Em seguida, resolvi escrever um outro livro voltado para o público adulto, com detalhes das minhas pesquisas, mostrando com fatos concretos que um pirata de verdade veio se esconder em Curitiba.
Nessas minhas pesquisas, descobri que o Pirata Zulmiro foi enterrado no cemitério São Francisco de Paulo, no ano de 1889 com 90 anos de idade.
Como e porque o pirata veio morar em Curitiba
Ele era de uma família muito rica, de imigrantes ingleses que foram para o sul da Irlanda. Entrou na Academia Naval e aos 25 anos de idade se tomou Oficial da Marinha Britânica.
Em um certo momento ele briga com um oficial e o mata acidentalmente. Resolve desertar e vira um pirata. Zulmiro vem para o Atlântico Sul é capturado por um navio de guerra inglês, o qual o comandante o conhecia de longa data e simulou a fuga do pirata no litoral do Paraná, com a condição do Zulmiro subisse a serra, fosse para o interior do continente e largasse a pirataria.
“Estou gravando um documentário sobre a história do Pirata Zulmiro, que foi aprovado pela Lei de Incentivo Estadual e também fechei uma parceria com o canal History Channel para divulgar esse documentário.” Marco Juliano Ofenbock
Você conhece a história de outros piratas?
Sim, mas antes gostaria de explicar a diferença entre um corsário e um pirata. O corsário ele tem a carta de corso, essa carta é quando país te dá uma autorização para você saquear nações inimigas e um pirata não tem lei, ele saqueia todos.
Sir Francis Drake é classificado como um corsário, ele era um corsário dos ingleses da época da Rainha Elizabeth (1550 aproximadamente), chegando a ganhar o título de cavalheiro da Rainha. Já o Barba Negra era um pirata, ele era da região do Caribe nos anos de 1716 até 1718. Edward Teach (Barba Negra) usava técnicas de marketing, fazendo tortura com seus inimigos e acendendo pavis de dinamite na barba de seus inimigos.
Existem parentes de Zulmiro em Curitiba?
Quando o pirata chegou em Curitiba, ele “comprou” uma escrava de nome Rita e o casal teve 4 filhos: Joaquim, José, Maria e Ana.
Quando a história foi oficializada, um jornal de grande circulação publicou a matéria, perguntando se alguém tinha o sobrenome Inglês e apareceu o José Inglês que fez a genealogia da família, descobrindo duas linhagens, uma vindo de Portugal e outra da Inglaterra.
FONTE: REDAÇÃO
Para ver a entrevista na Integra no Instagran
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