Do ponto de vista sociológico, Èmile Durkheim define três tipos de suicídio:
Suicídio egoísta: É aquele em que o ego individual se afirma demasiadamente em frente ao ego social, culminando em uma perda de sentido da vida por parte do indivíduo, até que ele não veja mais um motivo para existir.
Suicídio altruísta: É aquele no qual o indivíduo se sente no dever de fazê-lo para se desembaraçar de uma realidade insuportável, mas sem a presença do ego e sim influenciado por ideais do meio em que vive.
Suicídio anômico: Ocorre em uma situação de anomia social, ou seja, quando há ausência de regras na sociedade, gerando o caos. Em situações de crise econômica, por exemplo, certos indivíduos se encontram em uma situação inferior em comparação à anterior. Assim, passam a ter uma perda brusca de poder, o que aumenta os índices de suicídio.
Foto: Google
Getúlio Vargas (1882-1954), Kurt Cobain (1967 – 1994), Marilyn Monroe (1926 – 1962), Leila Lopes (1959-2009), essas são algumas pessoas famosas que cometeram suicídio. E quantas pessoas anônimas praticaram esse ato? Quantas mães, pais, namorados (a), esposas/marido perderam seus entes queridos, porque eles não viram mais saída para resolver seus problemas.
A dor, a pergunta que fica no ar, se eu pudesse ajudar, se eu soubesse que ela (e) estava passando por esses problemas, o sentimento de vazio, de perda, de angustia, por não ter mais aquela pessoa querida ao seu lado, tudo isso é indescritível. Nós, que ficamos, nos sentimos de mãos atadas e atônitos por saber, depois da pessoa ter cometido o ato, que ela não via saída para resolver seus problemas.
“Vale salientar que o suicídio não é uma doença, mas sim uma decorrência de algo que está afetando diretamente o indivíduo. Transtornos psicológicos como a depressão, ansiedade, abuso de substâncias, podem estar relacionados ao comportamento suicida.
Podemos buscar ajuda nos CAPS e Unidades Básicas de Saúde, UPA 24h, Samu 192, Hospitais e pronto socorro. O CVV (188) também oferece apoio emocional e de prevenção ao suicídio 24h por dia, não é necessário se identificar e podem ser feitas quantas ligações forem precisas.” comenta a Psicóloga Nayara Alberti
Breve história da Psiquiatria
Na antiguidade: Os gregos acreditavam que as crises de agitação eram resultadas de possessões demoníacas e o susto (consistia em jogar tais pessoas dos penhascos na tentativa de fazê-los recobrar a lucidez), o sono (os pacientes eram colocados em um estado de incubação, na suposição de que o sonho lhes revelasse aquilo que precisariam melhorar) e atividades recreativas (passeios e música suave) eram formas de resolver os problemas.
Na idade média: Devido ao cristianismo, os problemas psicológicos eram causados por ira divina. Os doentes mentais eram chamados de lunáticos e a Igreja Católica se oferecia para abrigar, alimentar e educar moralmente aqueles que buscassem auxílio e o casos mais graves eram resolvidos com jejum prolongado ou exorcismo.
No século XVIII após algumas revoluções cientificas surge o nascimento da Psiquiatria.
Na idade moderna: O francês, Philippe Pinel (1745-1826), conseguiu que seus pacientes fossem liberados de sangrias, de vômitos induzidos, para receberem um tratamento psicológico orientado. A partir do século XX começou a ser introduzido exames laboratoriais e novos medicamentos que chegaram aos avanços dos dias atuais.
Segundo o Psicólogo Ederson Erig: “Quadro com incidência de tentativa de suicido são: depressão (apatia, tristeza, distúrbios do sono, perda de energia), transtorno afetivo bipolar (oscilações do humor, prejuízo no funcionamento social), dependência química (abuso de substâncias, impulsividade).”
Nunca diga isso para uma pessoa que quer se matar
"Sua vida é melhor do que a de muita gente": Não existe disputa para saber quem sofre mais do que o outro. A sensação de desesperança é individual e intransferível.
- "Pense positivo": Só a positividade não é capaz de motivar o indivíduo na busca por sobrevivência. Apenas não diga isso.
- "Se você confiar em Deus, você vai cair na real": A religiosidade pode ter importância na vida das pessoas, mas isso não é unanimidade. Pense que o sofrimento está além da espiritualidade.
- "Mas por que você está pensando em se matar?": Essa frase, dita em tom 'especulativo', pode estar carregada de julgamento e ser devastadora para quem se sente na obrigação de dar explicações, mesmo sem ter um motivo aparente para pensar em suicídio. No lugar, prefira perguntar: "Você gostaria de falar mais sobre isso?", em tom acolhedor.
- "Por que você vai se matar por causa dele (a)? Não vale à pena": Essas duas sentenças, embora pareçam desprezar o que seria o motivo do sofrimento, fazem com que a pessoa tenha o sentimento desvalorizado.
- "Eu conheço muita gente que pensa em se matar também, mas não faz nada": Esse é o conhecido mito de que "quem quer se matar, não avisa". Especialista são unânimes em avaliar que o indivíduo em sofrimento distribui sinais de que pensa em suicídio. Cabe a sociedade aprender a identifica para ajudar.
- "Eu também já pensei em suicídio, mas eu sou uma pessoa forte e consegui superar": Dizer que você é forte e que, por isso, superou o pensamento suicída não contribui para aliviar o sofrimento alheio.
- "Quem pensa em suicídio tem a mente fraca": Não existe "mente fraca" ou "mente forte". Cada indivíduo enfrenta problemas emocionais de maneira peculiar. Não julgue.
Redação
Comments