PLANTAS AROMÁTICAS E CONDIMENTARES

FUNCHO - Foeniculum vulgare

PLANTAS AROMÁTICAS E CONDIMENTARES

FUNCHO - Foeniculum vulgare

Origem

O funcho é originário da região do Mediterrâneo, norte da África e oeste da Ásia. Também conhecido como anis-doce ou maratro, foi introduzida no Brasil pelos primeiros colonos europeus, tamanha era a importância medicinal que lhe atribuíam. De caule ereto, ramoso, dá pequenas flores amarelas e pode chegar a 2m de altura. Existem várias espécies e variedades de funcho, cujas sementes variam muito de sabor, e confundido com o anis porque ambos recebem o nome de erva-doce em diferentes regiões. O funcho é composto por um bolbo branco ou verde pálido a partir do qual o caule cresce, o caule é coberto por ramagens verdes perto das quais flores crescem e produzem sementes. O bolbo, caule, folhas e sementes são comestíveis. O funcho pertence à família das Umbellifereae, portanto é estritamente relacionado com as cenouras, salsa, endro e coentros. O sabor aromático do funcho é único, relembrando mesmo o licor de anis, tanto que é muitas vezes, e erradamente, referido como anis em muitos mercados. A textura do funcho é similar à do aipo e ligeiramente estriada. Na Europa Meridional o funcho e muito consumida como verdura, e uma espécie prima do funcho de especiaria (Foeniculum vulgare ou officinale), o funcho comestível ou doce (Foeniculum dulce). O funcho é um legume muito versátil que desempenha um importante papel na cultura alimentar de muitos países europeus, especialmente em França e Itália.

Os frutos ou o óleo que se obtém do funcho e empregado como condimento popular, principalmente na confeitaria, em sopas, flans, pudins. Se empregam os frutos e os gomos meio maduros com agrado para juntar aos pepinos e ao chucrute, quase sempre em combinação com o endro e o estragão. As folhas tenras e os gomos recentes constituem um acréscimo para saladas, pepinos e molhos de ervas. As folhas são uma boa guarnição para pratos frios.

· nome popular: funcho-de-bolonha, funcho-de-florença, funcho-da-itália, funcho-doce, falso-anis, fiolho-doce, funcho-hortense, funcho-romano, finóquio, fiuncho.

Propriedades:

O funcho pode ser considerado uma erva medicinal, uma especiaria ou uma folhagem para consumo diário.

· composição química: Óleos essenciais (anetol, chavitol, funchona),açúcares, mucilagens, pectinas, taninos, ácidoclorogênico e caféico, flavonóides, saisminerais, tocoferóis e cumarinas.

Suas folhas são ricas em fibras (material importante para o bom funcionamento intestinal) e podem ser consumidas como verdura, em saladas cruas; contém boa quantidade de vitamina C, cálcio, fósforo e ferro, e doses menores de vitamina B. As folhas do funcho têm uma ação especial sobre as secreções das glândulas, notadamente sobre a formação de leite. Estimula a digestão impedindo a formação de gases intestinais. Considerada uma verdura “leve”, é indicada em todos os processos inflamatórios do estômago e intestinos. Também tem uma ação diurética. Suas sementes – que chamamos equivocadamente de “anis” – têm sabor doce, quase picante, e são muito usadas em bolos, doces, pães e licores. O chá das sementes tem um suave efeito expectorante (elimina catarros e secreções), combate cólicas e gases e ativa a formação do leite materno. No período da amamentação, esta erva estimula a produção de leite.

O efeito é principalmente determinado pelo óleo essencial, sobretudo pelo anetol que constitui um bom meio de expectoração. Acelera a atividade dos epitélios vibráteis das vias respiratórias. Além disso, o óleo possui a capacidade de eliminar as flatulências e fomentar a digestão. O efeito do emprego popular de cozimentos de funcho nas inflamações das pálpebras não está cientificamente comprovado.

- uso fitoterápico: flatulência, calmante, tônico para pele, aumento do fluxo de leite materno, expectorante, aumenta o fluxo menstrual, facilita a digestão, anti-inflamatório, distúrbios urinários, males dos rins, distúrbios digestivos, problemas oculares, problemas da menopausa (em estudo), mastigar sementes de funcho perfuma o hálito.

Muita atenção na hora de consumir um chazinho para acalmar. “Assim como qualquer outra erva, o consumo em excesso da erva-doce traz riscos para a saúde, por isso não exagere. E evite consumi-la se estiver tomando alguns tipos de medicamento, a interação pode ser perigosa”, alerta Vanessa. Prefira sempre consultar um médico antes.

Plantio:

O funcho se propaga pela semente, a qual normalmente é plantada no local definitivo da cultura E uma planta perene ou bianual que pode atingir até 2 m de altura; caule estriado de onde saem os ramos; raiz em forma de fuso, da espessura de um dedo; folhas grandes, podendo medir até 30 cm de comprimento por 40 cm de largura, com pecíolos longos e bainhas envolventes, entumecidas e largas. As folhas apicais têm segmentos muito finos e delgados; flores dispostas em inflorescências do tipo umbela (o pedúnculo das flores se inserem na mesma altura do eixo principal), composta de 7 a 20 umbelas menores. As flores são amarelas, hermafroditas e compostas por cinco pétalas; fruto oblongo, composto por dois aquênios de aproximadamente 4 mm de comprimento por 2 mm de largura.

O funcho não deve ser cultivado perto de Coentro pois estas duas plantas se cruzam com facilidade e resultam em sementes de péssimas características aromáticas e sem as qualidades medicinais necessárias. Em algumas regiões os agricultores fazem o plantio do

funcho por divisão de raízes, ou dos falsos – bulbos.

O funcho prefere solos férteis, bem ensolarados, soltos, leves, capazes de serem convenientemente drenados, areno-argilosos, ou menos arenosos, não se desenvolve em solos argilosos duros. Não se deve colher com os frutos secos, pois, em razão da queda destes, há muita perda.

· cultivo preferencialmente orgânico: sem aplicação de agrotóxicos, com rotação de culturas, diversificação de espécies, adubação orgânica e verde, controle natural de pragas e doenças. A água de irrigação deve ser limpa e de boa qualidade.

· todas as partes da planta são comestíveis: raiz, caule, folhas e sementes. As sementes que são consideradas uma especiaria, podem ser usadas inteiras ou trituradas.

· existem diversas variedades de funcho, como o tipo com bulbos e o tipo sem bulbos, mas com folhas muito aromáticas.

Curiosidades:

- Os gregos associaram o funcho a Dionísio, o deus grego dos alimentos e do vinho, sendo também parte da mitologia popular que foi através de um caule de funcho que o conhecimento dos deuses foi transmitido para os homens.

- O funcho é uma das ervas mais antigas, e era muito apreciada pelos Romanos. Por isso, os gladiadores ferozes e rudes misturavam-no na sua ração diária, e aqueles que eram vencedores levavam uma coroa de funcho.

- Quando participavam em muitos banquetes, os guerreiros romanos comiam funcho para se manterem de boa saúde, enquanto as damas romanas o ingeriam para combater a obesidade. Toda a planta é comestível, da raiz até as sementes.

- Era uma das nove ervas sagradas para os Anglo – Saxões, devido aos seus poderes contra o mal e tem propriedades curativas. Em 812 d.C., Carlos Magno declarou que o funcho era essencial em qualquer jardim imperial.

- É um dos ingredientes do chinês “Five Spices” e do curry. Os bulbos são usados principalmente para aromatizar pastéis de maçã, embutidos italianos e vinagres. As folhas servem para acompanhar saladas, feijão, carnes, molhos e massas. Os talos são consumidos como aspargos e as sementes aromatizam bebidas, massas e bolos. As suas folhas também podem ser usadas para decorar pratos.

- Vários licores são aromatizados com funcho, incluindo gim. E foi usado na destilação do absinto.

Eva Aparecida Dias

Bióloga / SEED – Secretaria de Estado da Educação /PR

https://www.spdm.org.br/saude/noticias/item/2572-erva-doce-muito-mais-do-que-relaxamento

www.portalsaofrancisco.com.br/alimentos/funcho

campinas.snt.embrapa.br

www.criasaude.com.br/N2173/fitoterapia/funcho.html

revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Comida/Reportagens/Comida/noticia/2017/01/funcho-verdura-que-vai-dos-petiscos-hora-do-cha.html

www.folhadelondrina.com.br/folha-rural/plantas-medicinais---funcho---foeniculum-vulgare-miller-649657.html

www.ppmac.org/content/funcho

portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/11/Monografia-Funcho.pdf

ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPAP/56561/1/FOL87.pdf