PLANTAS AROMÁTICAS E CONDIMENTARES
- Jornal do Juvevê
- 12 de jan. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 14 de jan. de 2021

MIRRA - Commiphora myrrha
A mirra e muito comentada nos festejos natalinos, ela não é uma planta para o consumo diário como condimento. Quando se pensa em mirra, logo lembramos dos reis magos, a mirra foi um dos presentes levado para o menino Jesus, junto com o incenso e o ouro. A mirra e uma árvore cheia de espinhos, comum na região semidesértica do Oriente Médio e no nordeste da África. O óleo de mirra é utilizado em cosméticos, para fins terapêuticos há muito tempo, e como aromatizador de ambientes. Do tronco da árvore escorre um suco amarelado, que exposto ao ar endurece convertendo em resina aromática e de gosto amargo. Essa resina desprende um odor muito agradável quando queimada.
Apesar de ter muitos benefícios para a saúde, a mirra não substitui o tratamento médico, apenas auxilia o tratamento.
PROPRIEDADES TERAPÊUTICA
A mirra é uma planta medicinal da espécie Commiphora myrrha, também conhecida como mirra-arábica, que possui propriedades anti-sépticas, antimicrobianas, anti-inflamatórias, anestésica e adstringentes. Seu aroma é quente, apimentado e amargo, outra capacidade do óleo de mirra seria a de conter a degeneração dos tecidos. O óleo atuaria tanto por dentro quanto por fora contra o envelhecimento celular, resultando em pele e unhas mais belas. O óleo essencial de mirra e usado como aromatizador de ambientes e em alguns rituais religiosos. O óleo essencial e a tintura de mirra não devem ser ingeridos pois podem causar intoxicação.
Quem não deve usar
a mirra não deve ser usada por mulheres grávidas, pois pode estimular o sangramento do útero e causar aborto, e também por mulheres em amamentação;
a mirra não deve ser usada por pessoas com problemas cardíacos, diabetes ou que tomam anticoagulantes como a varfarina, por exemplo;
e importante usar a mirra sob orientação de um médico, fitoterapeuta ou de um profissional de saúde com conhecimentos específicos em plantas medicinais.
Existe uma outra planta que também e conhecida como mirra, muitos a conhecem como falsa-mirra. Muito aromática em com propriedades parecidas com a mirra-arábica, abaixo segue algumas informações desta bela e perfumada planta.
Tetradenia riparia - incenso, limonete, pluma-de-névoa, mirra-africana, simplesmente mirra, falsa-mirra, pau-de-incenso, umuravumba. Essa planta tem vários nomes populares. E uma planta originaria do continente Africano e pode ser cultivada em áreas de clima subtropical a temperado, em diversas partes do mundo, por suas qualidades como ornamental e medicinal. É um arbusto muito ramificado, com ramos frágeis, suas folhas exalam um odor forte e agradável, com textura flexível e pegajosa ao tato. São verde-acinzentadas, suas flores são numerosas, brancas e as vezes lilás ou cor de rosa e ficam nas pontas dos ramos lembram plumas e aparecem no final de agosto e começo de setembro, anunciando a primavera que se aproxima. Suas flores são suavemente perfumadas e atraem os insetos polinizadores. O efeito da pluma-de-névoa de suas flores é chamativo e se destaca ainda mais pelo fato de que poucas plantas estarão floridas na mesma época que ela. Assim, ela facilmente se torna o foco das atenções no jardim sem concorrência. Seu uso em jardins rochosos ou do tipo xeriscape (jardim de pouca necessidade hídrica) pode ser muito relevante, ao quebrar a monotonia e oferecer uma variação estacional ao jardim. Aproveite-a também em jardins de ervas aromáticas e medicinais. Nos países do continente africano a mirra africana e usada como repelente, antimicrobiana e fungicida, os povos costumam colocar suas folhas junto com as sementes e aos grãos armazenado, para impedir a proliferação de pragas. Existem estudos de que a mirra africana é antimicrobiana e fungicida combatendo vários tipos bactérias e fungos.
CURIOSIDADES
Os egípcios empregavam a mirra no culto ao deus Sol e como ingrediente na mumificação, uma vez que suas qualidades embalsamadoras já eram conhecidas. A mirra era introduzida junto com outros preparados na cavidade abdominal, que precisava ser preenchida. Segundo o Museu Nacional da UFRJ, o processo envolvia, além da planta, goma de cedro, diversos unguentos e mechas de linho ou serragem para devolver ao corpo a forma original. O corpo era enrolado com faixas de linho que eram impregnadas com resinas vegetais, até finalmente um sudário ser amarrado ao cadáver com faixas horizontais. No início, apenas o faraó egípcio podia ser mumificado. Depois do Antigo Império, quem podia pagar passou a utilizar o sistema.
Até o século XV, a mirra era usada como incenso em funerais e cremações. É também utilizada em algumas celebrações religiosas como a missa, santo daime e gira de umbanda.
A fragrância da mirra também pode ser utilizada em incensos para dar um leve aroma de terra ou como aditivo para o vinho, uma prática descrita por Fabius Dorsennus, uma autoridade no assunto durante a Antiguidade.
Na morte de Jesus Cristo, a mirra também esteve presente, marcando o início (um dos presentes dos reis magos) e o fim da passagem dele na terra. Enquanto estava na cruz, foi-lhe oferecido vinho e mirra para aliviar as suas dores. Em seu sepultamento, o corpo de Jesus foi encoberto com um composto a base de mirra, um material de embalsamamento, usado em múmias egípcias.
A mirra é a essência feminina do Cosmos, ela representa a manifestação da alma pura, da compreensão plena. É a essência utilizada como desatadora de nós, que induz à purificação e proteção.
Podemos usufruir de todo o poder da mirra atualmente através de óleos e incensos com essa fragrância. Ela é utilizada em rituais que invocam a limpeza e proteção espiritual, a mirra age abençoando, protegendo e curando. Ao ser utilizada, ela desperta o sentimento de fraternidade, de autoconhecimento e de harmonia, sendo amplamente reconhecida pelo seu poder de renovação, de gerar calma e tranqüilidade com o seu aroma.
Conta a mitologia grega que a deusa afrodite fez com que Mirra, filha do rei de Chipre se apaixonasse por seu próprio pai cometendo um incesto, que horrorizado tento mata-la. Ela conseguiu fugir para o deserto da Arábia, onde permaneceu atormentada pelo sentimento de culpa. Como punição os deuses transformaram-na em uma arvore que recebeu seu nome. Diz-se que a resina que escorre do tronco são as lagrimas que Mirra jamais deixa de derramar.
Eva Aparecida Dias
Bióloga / SEED – Secretaria de Estado da Educação /PR
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