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O MACHISMO VENCEU.


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O machismo infelizmente está enraizado na nossa sociedade. Por causa dele tantas mulheres precisam ir as ruas, muitas precisam manifestar e mostrar o que passam diariamente em ambientes profissionais ou pessoais e lutar por uma sociedade mais justa e igualitária.


Ocorre que, por muitas vezes, o machismo vence. Ontem (05/03) o machismo venceu. Três dias antes do Dia Internacional da Mulher, mundialmente comemorado no dia oito de março, fora concedida pena branda para Fernando Cury, Deputado Estadual de São Paulo pelo partido Cidadania.


Fernando Cury, no começo do ano, assediou a Deputada Estadual Isa Penna (PSOL), em plenário. Isa Penna manifestou seu repúdio em redes sociais e também divulgou o vídeo que mostrava o momento em que foi assediada. O caso ganhou grande repercussão e indignação em muitos homens e mulheres.


Ontem, a comissão de ética da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, precisou votar qual seria a pena para o Deputado Fernando Cury. O relator do caso, Deputado Estadual Emídio de Souza (PT), propôs que Cury fosse punido com afastamento total dos seus trabalhos, pelo prazo de seis meses, sem receber qualquer quantia ou benefício do seu cargo.


Entretanto, surgiu uma nova proposta. O voto de Wellington Moura foi acompanhado por outros quatro deputados. Na defesa do seu voto, o deputado explica que não tem condições de julgar Cury, pelo mesmo possuir uma família.


Assim, restou decidido que Cury seria afastado do seu cargo, como foi proposto pelo Deputado Emídio, a diferença, é que ele irá agora receber por todos os meses e ter direitos a todos os benefícios. O deputado foi punido com férias remuneradas.


O machismo ganhou. Vale ainda destacar, que todos os vereadores que se posicionaram contrários ao relator, eram homens. Ainda, expor que a maioria do Conselho de Ética da casa é formado por homens.


Como pode, homens legislarem sobre corpos femininos? Como pode homens julgarem o peso de um assédio?


Ontem, como a própria Isa Penna pontuou em entrevista “Foi um tapa na cara de todas as mulheres”.


Camilla Gonda, Direito PUCPR e Ciências Sociais UFPR – Pesquisadora em Ciência Política.

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