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O Aurélio agradece


Eu sou do tempo em que estudantes saiam de casa no contraturno escolar para fazer pesquisa na Biblioteca Pública do Paraná. Era uma festa, pegar o ônibus, andar sozinho pelas ruas do centro da cidade e quando sobrava um troquinho, comia um pastel na lanchonete do Japonês. Os mais abastados não tinham essa experiência. Quem podia, comprava a Barsa, coleção de livros de conhecimentos gerais com dezenas de exemplares. Cada livro tinha pelo menos 500 páginas.


Tinha também o Aurélio, como ficou conhecido o dicionário brasileiro, lançado em 1975 pelo Imortal Aurélio Buarque de Holanda Ferreira. Sempre quando alguém tinha alguma dúvida sobre o significado de alguma palavra ou ortografia, rapidamente folheava o Aurélio e encontrava a resposta.


Até 2003, quando os direitos autorais do Aurélio foram adquiridos pelo Grupo Positivo, o livro já estava na quinta edição.


É claro que o dicionário de papel perdeu a importância por conta da revolução da internet.


Tudo se busca no Google.


E nestes tempos de pandemia, uma série de outros termos e palavras que até então eram desconhecidos, estão sendo incluídos no vocabulário brasileiro.


Há cerca de um ano e meio, pouca gente sabia do que se tratava a intubação ou extubação, ou achatar a curva, autoisolamento, assintomático, distância social, período de incubação, taxa de transmissão, e tantos outros. A vida mudou em todos os sentidos.


Muito se fala em legado da pandemia. Meu maior desejo é que além das mudanças no vocabulário, as pessoas se tornem melhores. Não basta falar bonito, e na prática não evoluir.


Márcio Barros-Vereador de Curitiba

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