Recebi o convite de uma grande amiga para escrever um artigo para publicação no já tradicional Jornal do Juvevê. Atingiu-me um misto de alegria pelo reconhecimento de uma suposta competência em entreter o leitor em algumas linhas com a decepção pela falta de inspiração sobre o que escrever.
Enrolei a amiga por uns dias e disse que o artigo estava pronto, vou enviar. Mas o que eu enviaria, se não sabia nem sobre o que escrever. Coloquei-me no lugar do leitor e pensei sobre o que este suposto interessado poderia gostar de folhear ou mesmo visualizar (site), e cheguei à conclusão: vou falar sobre a Pandemia do Coronavírus, isto é tranquilo, afinal todos estão falando. Dez minutos depois cheguei a conclusão que não poderia falar sobre isto, afinal não sou médico, não sou enfermeiro e sequer atuo na área de saúde. Voltei à estaca zero.
Pensa daqui, pensa dali, cheguei a conclusão que iria fazer um texto expositivo-argumentativo, para logo depois concluir que sequer sei o que seja isto.
Procurava em minha mente algo que tivesse relevância no campo realístico, social, algo que pudesse trazer uma mudança momentânea no sentir do leitor ou que fizesse o mesmo refletir sobre o tema: bum!!! A inspiração me veio como um raio, e com a mesma velocidade foi embora. Pensei, poderia escrever algo sobre o Direito ou talvez sobre a Psicologia, minhas áreas de formação, mas, se estou gostando de escrever como ficaria meu vestibular artigo se fosse muito técnico, ou nada técnico, decepcionaria de um lado os que tem a mesma formação e de outro lado os não formados na área. Assim abandonei a ideia do artigo técnico.
Me ocorreu outro pensamento, moro atualmente em Roraima, será que seria interessante escrever sobre as realidades diferentes, dentro de um país continental como o Brasil. Ou será que seria um lugar comum. Se não for reprovado no primeiro artigo, talvez este possa ser um tema a ser desenvolvido.
Assim, certo de que não saberia sobre o que escrever, resolvi escrever sobre as dificuldades de escrever um artigo, ei-las, pois, nas linhas antecedentes. Se consegui prendê-lo até aqui, me perdoe, na próxima tentativa, me esforçarei ao menos para definir um tema. Fique sobre a proteção de Deus. Até a próxima (se houver).
Artigo César Henrique Alves é Juiz de Direito em Roraima
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