Paraná conta com ampla rede de apoio às vítimas e reforça importância das denuncias
Foto: Google-Foto meramente ilustrativa
A Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) lembra que, juntamente com as forças policiais estaduais, tem atuado constantemente no enfrentamento desta prática criminal, seja com atendimento especializado, como a Delegacia da Mulher, com a ferramenta de Denúncia 181 ou atendimento emergencial, além da prisão dos agressores e campanhas de conscientização.
Para o secretário de Estado da Segurança Pública do Paraná, Romulo Marinho Soares, as forças da Segurança Pública têm demonstrado, com atuação destacada, o fortalecimento e o apoio para iniciativas de enfrentamento à violência doméstica, auxiliando as vítimas e também identificando agressores.
“Todos estão mais envolvidos com essa causa, é uma prioridade do Governo do Estado o combate a qualquer manifestação de violência contra a mulher e a atuação das forças da Segurança é um instrumento de apoio que auxilia o sistema de justiça a enfrentar o problema e também dar suporte às mulheres que são vítimas de situações de violência”, destaca.
Conforme a delegada-adjunta da Delegacia da Mulher de Curitiba, Emanuele Maria de Oliveira Siqueira, o primeiro atendimento é de extrema importância e o acolhimento é necessário. Por isso, a delegada destaca a importância de ter unidades no Estado com pessoas capacitadas para lidar com este tipo de violência.
“Estamos tendo uma procura muito maior de mulheres, pela primeira vez, relatando relacionamentos abusivos de dez, quinze e até trinta anos. Então, há uma demanda crescente e por isso há uma preparação nas delegacias, que estão tendo cuidado melhor no atendimento destas mulheres”, acrescenta.
“Quando a gente sofre qualquer tipo de violência, seja ela física, moral psicológica... a gente se sente tão pequena, tão inferior. Há momentos que achamos que erradas somos nós, e sempre acreditamos que o outro um dia irá mudar... até que, realmente as coisas mudam, pra pior.
Sofria violência desde pequena quando presenciava as agressões do meu pai contra minha mãe. Cresci encorajando e apoiando minha mãe a mudar, mas ela nunca teve coragem. Cresci acreditando que eu nunca me permitiria passar por aquelas situações que mamãe vivia, ilusão a minha, casei acreditando em contos de fadas e depois de certo tempo mais uma vez, a história se repetia. Brigas, discussões e até mesmo agressões verbais e físicas, agora sou eu que preciso ser "encorajada" e parar de acreditar que (ele) irá mudar...
Que mundo difícil ser mulher, não sofri só casa, eu sofria em todos os lugares. Na rua, no lazer, no trabalho sempre há alguém que faça a mulher se sentir inferior...
Agosto lilás traz uma esperança de sensibilizar e conscientizar a sociedade sobre violência contra a mulher, precisamos divulgar para que não se sintam sozinhas, precisamos continuar encorajando essas mulheres.”
Depoimento da Ana
DADOS – Foram registradas 27.881 ocorrências de violência doméstica contra mulher no Paraná nos primeiros seis meses de 2021, um aumento de 1% se comparado ao mesmo período do ano passado, com 27.622 casos. O número de pessoas detidas neste ano por violência doméstica contra mulher no Paraná foi de 3.968, sendo por prisão, cumprimento de mandado, ou apreensão de menor em flagrante.
De acordo com a delegada Emanuele, quanto mais se fala sobre a violência doméstica, mais as mulheres percebem se os relacionamentos que elas têm são tóxicos ou abusivos. E a necessidade de buscar mais informações e conhecer melhor a legislação também tem aumentado.
A rede de proteção estabelecida, que engloba as forças policiais, o Judiciário e o Ministério Público, tem incentivado essas mulheres a procurarem ajuda, o que proporciona, o aumento da segurança.
No entanto, os dados também mostram que as mulheres ainda enfrentam grandes barreiras para denunciar a violência ou a ameaça de que são vítimas, antes que situações extremas aconteçam. O levantamento da Secretaria da Segurança Pública do Paraná aponta que caiu 38,78% o número de denúncias de violência contra a mulher ao comparar o primeiro semestre de 2021 com o mesmo período do ano anterior.
“Pedimos que as mulheres, ou qualquer outra pessoa, se encorajem e denunciem, pois só assim as medidas podem ser tomadas”, afirmou o coordenador do Disque Denúncia 181, capitão André Henrique Soares.
DENÚNCIAS – Quando alguém presenciar ou sofrer situações de violência doméstica, pode entrar em contato com a Central de Denúncias 181, pelo telefone ou pelo site: www.181.pr.gov.br. A denúncia é totalmente anônima e contribui para que as vítimas sejam salvas em tempo, para que os casos possam ser devidamente apurados e os agressores sejam punidos.
Fonte: Redação e AEN
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