Sou nativo
amamentado no caos
de um imaginário
doentio e coletivo...
Um tanto (in) definido
no itinerário do horário,
no tempo eterno
da jornada de trabalho...
Medido e avaliado
apenas por metas
em meio à selva
da sociedade de setas.
Sou, no entanto,
algum diferente;
nem diabo nem santo,
apenas semente...
Semente que aprende
observando tanta gente...
Gente que é tão diversa
e que não é a minha,
apesar da conversa.
Tudo que me expande,
tudo que me espanta,
carrego na memória
ou preso na garganta...
Neste mundo in verso
cada vez mais me fecho
em meu próprio universo,
onde por vezes sou mocinho
n’outras réu confesso.
Escrevo assim meu caminho,
na linha de cada verso...
(Igor Veiga / PERIGOR)
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