Avenida joão Gualberto Década de 80
ORIGEM DO NOME JUVEVÊ
A palavra Juvevê faz parte do vocabulário dos curitibanos desde o século XVII. Na Ata de Medição do Rocio (logradouro público), de 1º de maio de 1693, já se falava nas nascenças do Rio Juvevê como fronteira a nordeste da então Vila de Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais, antigo ponto intermediário que ligava o Alto da Glória ao Cabral. Em seu Dicionário Histórico e Geográfico do Paraná, o historiador Ermelino de Leão define Juvevê como corrupção da palavra “Yubebã”, que na língua tupi significa espinho chato ou rio do fruto espinhoso. Segundo antigos moradores da região, o antigo rio realmente era cercado por muitos “juvevês” (árvore espinhosa).
Boletim Informativo da Casa Romário Martins Nº 62
Juvevê Década de 30
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICAS
O Juvevê é um bairro que localiza se na região norte de Curitiba e tem como vizinhos: Alto da XV, Hugo Lange, Alto da Glória, Cabral, Ahú e Centro Civico.
No ano de 2010, a população do Juvevê era de 11. 582, dez anos depois subiu para 11.942.
Fonte: IBGE, IPPUC (População Estimada 2020)
Família Brockelt
FAMÍLIAS, COMÉRCIO E LOCAIS NO JUVEVÊ :
Kummer, Iwersen (tintas), Groeger, Folloni (móveis), Groetzer (fábrica de bolacha), Vendrametto (fábrica de bolacha), Michelotto (acolchoados), Walter Dittrich (curtume), Gabardo (ferraria), João Kalinowski (barrica), Rodolfo Haltrich (fábrica de metros e correias), Teodoro Locker (Tipografia), familia Rebolli, Salvador Palazzo, Galileu Grossi e Abrãao Achcar (sapateiros), Fármacia Borrelli, Barbearia Borges, Casagrance (açougue), Piegel (padaria), Hospital São Lucas, fábrica de pianos Essenfelder, Brockelt, Born.
Fábrica de Móveis de Alberto Folloni - Década de 40
Bar Carola, Coritiba Futebol Clube, Igreja do Cabral, Asilo São Vicente, Colégio Nossa Senhora Menina e a Santa Antonieta Farani.
Armazéns: Daros, Milani e José Pereira, Bindo, Montenegro, Garib, Puppi, Ruppel e mercearia Bonfim.
Boletim Informativo da Casa Romário Martins Nº 62
Família Gabardo
PRINCIPAIS RUAS DO JUVEVÊ
Avenida João Gualberto, Avenida Munhoz da Rocha, Rua Manoel Eufrásio, Rua Alberto Folloni, Rua Machado de Assis, Rua Deputado Mario de Barros, Rua Rocha Pombo, Rua Barão de Guaraúna, Rua Barão dos Campos Gerais, Rua Almirante Tamandaré, Rua Paraguassú, Rua Doutor Goulin, Rua Augusto Stresser e Rua José de Alencar.
A tendinha - Avenida João Gualberto
Farmácia Juvevê - Avenida João Gualberto
Lendas do Bairro Juvevê
O bairro Juvevê, localizado na cidade de Curitiba, tem muitas lendas urbanas, que leremos abaixo:
A India Ju:
Na Curitiba do século XVII, existia uma linda índia chamada Ju. Sua mãe sempre dizia: - Nunca se aproxime da aldeia dos brancos, pois eles podem ser perigosos. Mas, um certo dia, ela resolveu desobedecer a sua mãe e foi dar uma espiada na vila, escondida em uma árvore. Porém, a menina não notou que um homem mau estava a observando. Então, o crápula seguiu a garota, agarrou e violentou a pobre. Assim, temendo que os índios descobrissem o crime e se vingassem contra a vila, o homem escondeu o corpo no tronco de uma árvore espinhosa, que ficava perto de um rio. O problema é que o espírito da índia, saia nas noites em que havia festa no povoado, seduzia um rapaz, convidando o moço para um banho de rio, ao lado da árvore que lhe servia de sepultura e afogava o pobre. A lenda de Ju se espalhou por toda a vila, e, também em sua aldeia. Logo, os índios fizeram peregrinações na planta que havia o tronco onde ela estava enterrada e batizaram esta árvore de Juvevê que significa árvore do fruto espinhoso.
Deste jeito, os nativos também batizaram o rio que ficava ao lado com o mesmo nome. Um certo dia, uma índia estava com a sua filha passando mal pela floresta, perto do rio Juvevê. De repente, o espírito de Ju saiu da árvore e disse: - O meu fruto é milagroso e pode curar a doença da sua criança. Desta maneira, a índia deu o fruto para a sua filha comer e a febre da garota passou na hora. Reza a lenda que o fruto da planta Juvevê é milagroso e é capaz de curar qualquer doença.
Luciana do Rocio Mallon
A Casa Mal Assombrada
Na Curitiba da época do Brasil-Colônia, existiam duas tribos indígenas que viviam brigando, uma delas fez um cemitério para enterrar seus inimigos, onde também, eram feitos muitos rituais, numa região onde hoje fica um sobrado no bairro Juvevê. Muitos anos se passaram, as tribos mudaram de região e no século dezenove um homem comprou o terreno onde eram feitos estes enterros com rituais. Lá ele construiu uma mansão para a sua família. Algum tempo depois, o filho do meio, muito ambicioso, matou a família inteira para ficar com a herança.
Porém, dizem que ele se enforcou, um mês depois, pois não aguentava ver os fantasmas dos seus parentes perambulando pela casa. O tempo passou e nos anos 50, Murilo comprou a casa, em que ocorreu os assassinatos. Mas, nos anos setenta, ele ficou muito doente e teve que extrair uma das pernas. Assim, seu filho Elton, passou a ser seu cuidador. Porém, Murilo se sentiu culpado pela situação, pois Elton teve que deixar o emprego fixo e suas diversões de jovem para ser seu pajem.
Um certo dia, o idoso entrou em depressão e disse ao seu filho: - Garoto, vá comprar pão na padaria. Elton respondeu: Mas, pai a geladeira está cheia de pão. O idoso ralhou: - Deixe de ser teimoso e faça o que pedi! O rapaz saiu para o caminho da padaria. Porém, de repente, ele escutou: - Bummm Ele se assustou, pois parecia um barulho de tiro, vindo da direção da sua residência, e correu de volta para a sua casa. Quando chegou no quarto do seu pai, notou que ele tinha cometido o suicídio. Dois anos se passaram e Elton casou-se com uma cabeleireira da região, que todos diziam que recebia entidades espirituais. O moço teve três filhos com ela, mas o relacionamento deles foi conturbado desde o primeiro mês de matrimônio. Pois, a mulher mudava de personalidade o tempo inteiro e parecia estar possuída. O filho mais velho dizia ver fantasmas pela casa. Assim, com a intenção de transformar seu lar em um ambiente acolhedor, Elton fez uma grande reforma, transformando o casarão antigo num lindo sobrado com cinco suítes. Mas, mesmo assim, seu filho continuou a ver espíritos e sua mulher não deixou de ter várias personalidades. Hoje, este homem já faleceu, mas o sobrado continua firme no bairro Juvevê, perto do Mercadorama.
Autora: Luciana do Rocio Mallon
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