Quem já acompanhou a transmissão de uma partida de futebol pelo rádio ou TV, com certeza deve ter ouvido o narrador usar a frase “jogo é jogo, treino é treino”.
Geralmente é citada para mostrar a atuação do atleta em diferentes momentos da sua rotina. No treino é um ritmo de trabalho, mas na partida, quando vale ponto, ou uma medalha, o desempenho obrigatoriamente tem que ser melhor.
Apesar de existir essa diferenciação, o resultado de um está diretamente ligado ao desempenho do outro. Quem treina mais, tem mais possibilidades de ter bons resultados.
Isso vale para o esporte, para a música, e para a vida.
Na profissional por exemplo. Uma pessoa qualificada, tem mais possibilidades de conseguir uma oportunidade de trabalho do que outra. A qualificação não deixa de ser um treino, para a hora que for testado consiga dar o seu melhor e se destacar entre os demais.
Mas tudo isso exige tempo.
Quando um atleta conquista uma medalha, alguns podem achar que este é o prêmio, e só.
Mas por trás daquele metal tem uma série de outras conquistas. Quando uma pessoa consegue uma vaga no mercado de trabalho, ou ganha uma promoção, não é só o novo cargo, é mais do que isso.
Os minutos que o atleta fica no pódio exibindo sua medalha, não é proporcional ao tempo que ele destinou da sua vida para conseguir estar ali. Para ser um vencedor ser um vencedor é preciso abrir mão de algumas coisas. Não existe a possibilidade de um atleta ter uma vida noturna ativa, ou sair beber com os amigos com frequência. Viajar, ir ao cinema, fazer um happy hour, ou até mesmo dormir até mais tarde.
E a recompensa da vitória não é somente pelos minutos da partida, mas por todos estes momentos que a pessoa deixou de viver. Apesar de parecer muito bonito esse entendimento de dedicação e recompensa, é também algo complexo e perigoso. Pois não basta ter o melhor condicionamento físico, conseguir correr mais, levantar mais peso ou ser o melhor de todos dentro de campo. O bom atleta também precisa estar bem psicologicamente. Vencer é prazeroso, nas não é possível deixar a felicidade condicionada a um bom resultado. Por isso muitos atletas são acompanhados por profissionais para que saibam dosar o treino, isso não significa treinar menos, mas treinar com equilíbrio.
Nas minhas palestras sempre trato da questão do empreendedorismo e da necessidade da inteligência emocional para se obter o sucesso na vida profissional. Segundo um dado apresentado pela revista Você S/A, 86% das pessoas demitidas das empresas foram por conta do comportamento, e não por falta de habilidades, ou seja, uma habilidade a pessoa aprende, mas cumprir horário, ter espírito de equipe, e resiliência, é muito mais difícil.
Cada dia de vida é uma partida e você pode decidir se o que viveu no dia anterior vai te ajudar a ganhar o jogo com mais facilidade hoje, ou não. Os bons jogadores não são os mais fortes, mas os que conseguem aprender um pouco mais a cada confronto.
Viver é um eterno treinamento e o objetivo é amanhã ser melhor do que hoje e assim por diante.
Márcio Barros-Vereador de Curitiba
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