Segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 35% da população tem pressão alta, porém metade não sabe disso.
Cerca de 38,1 milhões de brasileiros têm pressão alta, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019.
A hipertensão arterial é popularmente chamada de pressão alta e é uma doença silenciosa que precisa de atenção constante, muitas vezes com a medição e
Foto: Google
acompanhamento em casa mesmo.
Se popularizou até mesmo o aparelho para medir a pressão que hoje é facilmente encontrado nas farmácias.
Fernanda Justus Malucelli, médica cooperada da Unimed Curitiba especialista em Endocrinologia e Metabologia, esclarece que “é silenciosa porque muitas vezes, mesmo sem sintomas, pode afetar o coração causando infarto, ou o cérebro aumentando ao risco de acidente vascular cerebral (AVC) – conhecido como derrame, ou ainda os rins causando Insuficiência Renal”.
Ou seja, usualmente não há sinais que o hipertenso apresenta, mas há perigos que o não acompanhamento pode acarretar.
Segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 35% da população tem a doença, porém metade não sabe disso. Daqueles que têm conhecimento, só metade (50%) faz uso de medicação, e dentre eles apenas 45% têm a pressão controlada.
Por isso, somado às características da hipertensão, “é importante realizar consultas periódicas como prevenção, sem as quais muitas vezes o diagnóstico não será realizado, aparecendo apenas na ocasião das temidas complicações”, alerta a médica.
Pelas suas particularidades, e por ser principal fator de risco para outras doenças graves, a hipertensão arterial está relacionada com hábitos e com histórico familiar. Segundo a especialista, “a genética é importante causa da doença, mas destaco também a obesidade e apneia do sono, estresse, tabagismo, alto consumo de sal (sódio), sedentarismo, assim como doenças renais”.
Para ela, inclusive, o grande vilão da hipertensão é o excesso de sódio na alimentação, a obesidade e o tabagismo.
Como tratar? Quando se tem o diagnóstico, riscos podem ser evitados com medidas relativamente simples de prevenção como manter bons hábitos alimentares, de sono, e atividade física.
E tratar a doença também é relativamente simples, de acordo com Fernanda Malucelli. “Deve-se fazer uso de medicamentos que controlam a pressão arterial. Normalmente eles são de uso contínuo, não havendo cura e sim um controle”, indica a médica que destaca ainda a importância de tratar, conjuntamente, os fatores de risco. “Dentre aquilo que as pessoas devem saber sobre a hipertensão, acho importante que tenham conhecimento do risco de complicações, justamente por ser uma doença que, muitas vezes, não provoca sintomas”.
A definição do quadro clínico, ela explica, vem do “aumento anormal e prolongado da pressão que o sangue exerce sobre os vasos sanguíneos. Ocorre quando a média da pressão se mantém acima dos 140 por 90 mmHg. Pode causar dor de cabeça, especialmente na região da nuca, tontura e náuseas, e até dor no peito. Mas normalmente isso ocorre quando há um aumento rápido ou muito importante da pressão”.
Um esclarecimento importante da especialista é que há uma leve diferença entre a pressão considerada alta e a hipertensão. “A hipertensão é diagnosticada quando o paciente apresenta os níveis elevados de pressão arterial em, no mínimo, três ocasiões consecutivas, e com 5 minutos de repouso. No entanto, todos podemos apresentar um ou outro episódio de pressão alta”, afirma.
Na pandemia Se normalmente a hipertensão arterial exige cuidados, em tempos de pandemia e isolamento social a preocupação entre os médicos, de forma geral, aumenta, pois muitas pessoas podem ter deixado de tratar, ou de manter consultas preventivas, pelo medo e a dificuldade de sair de casa nesse período. "Acompanhamos relatos e estudos com pacientes hipertensos que pegam a COVID-19.
E vemos que, quando há um quadro não controlado, pode haver complicações e maior mortalidade. Então pedimos aos hipertensos que mantenham os cuidados habituais para o controle da pressão arterial, ou seja, o uso regular de medicamentos, dieta equilibrada e prática de exercícios.
Enquanto essa situação do distanciamento social persistir, quem está em tratamento não pode deixar de falar com o médico. Ainda que de forma remota, por telefone, tem jeito de acompanhar", ressalta a especialista.
Fonte: Unimed Curitiba
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