Perturbação do sossego é outro problema recorrente atendido pelas equipes: foram 127 casos de janeiro a junho. Condutas que colocam em risco a vida e atrapalham o trabalho dos motoristas do transporte coletivo também são comuns: houve 18 registros de ciclistas na traseira dos ônibus e de pessoas no teto do coletivo.
Ricardo Deverson/Guarda Municipal
Coração da cidade, a Regional Matriz concentra 18 bairros e mais que o dobro dos atendimentos de cada um dos demais núcleos da Guarda Municipal de Curitiba. No primeiro semestre, foram mais de 7,8 mil ocorrências registradas pela corporação no Centro e adjacências, por equipes do núcleo Matriz e do Grupo de Pronto Emprego Operacional (GPEO), criado há três anos com o objetivo de atender exclusivamente o Centro da cidade.
Algumas dessas ações receberam destaque nacional e são relembradas durante este mês em que a corporação celebra 35 anos de existência. Uma delas resultou na recuperação de um veículo roubado, no mês de abril.
Tudo começou com o avanço de um sinal vermelho de um automóvel, que seguiu em alta velocidade em direção ao bairro Batel. Pouco depois, uma mulher alertou a equipe de guardas em patrulhamento que uma dupla tinha acabado de roubar seu carro.
As buscas começaram imediatamente e, em uma rua próxima, voltaram a localizar o veículo. Mesmo com os sinais sonoros, os suspeitos tentaram fugir, mas foram interceptados na Alameda Doutor Carlos de Carvalho. Toda a ação foi filmada com câmeras dos guardas.
Pluralidade nos atendimentos
Pela grande movimentação de pessoas, concentração de serviços e comércios, os guardas da Matriz fazem todo tipo de atendimento - e em grande quantidade. Situações de conflito também aparecem com frequência, como demonstram as 69 ocorrências de ameaça e outras 19 de agressão física e verbal atendidas no primeiro semestre.
“É o núcleo da GM com maior efetivo e gosto de trabalhar aqui, pois é bem ativo e dinâmico”, avalia o inspetor Vanderson Cubas, responsável pela coordenação dos trabalhos na Matriz.
Prestação de socorro, salvamento e apoio ao cidadão somaram 107 casos no mesmo período, além de 511 apoios a órgãos diversos como Samu, Siate, Urbs, FAS, Meio Ambiente e de 1.363 orientações anticovid. Logo no início do ano, guardas prestaram socorro imediato e salvaram a vida de uma idosas que caminhava com dificuldades e utilizava um cilindro de oxigênio, na Praça Tiradentes.
Após a averiguação de condutas suspeitas, os guardas da Matriz fizeram 396 abordagens e 167 flagrantes, com condução dos responsáveis à autoridade policial. Outras 259 situações de flagrante foram atendidas pelo GPEO.
Repressão a furtos e ações no transporte coletivo
Furto foi o principal fator que motivou as prisões realizadas pelos guardas da Matriz, somando 40 flagrantes de janeiro a junho. “Temos grande demanda relacionada a furtos de equipamentos públicos, que culminou na recente operação Metal Nobre deflagrada por equipes da Prefeitura”, salienta Cubas.
Também são periódicas as ações de proteção ao transporte coletivo.
Ainda no primeiro semestre do ano, guardas da Matriz fizeram outros 13 encaminhamentos à delegacia por roubo, mais 13 por tráfico de drogas, 13 por porte e uso de substâncias ilícitas e 12 pelo crime de dano, que abrange situações de arrombamento, vandalismo e pichação.
“Sinto-me sinto orgulhosa ao parabenizar nossa gloriosa Guarda Municipal por seus 35 anos de missão zelosa, dedicada e com brilhantismo no exercício da proteção municipal pelos bairros da Regional Matriz e por toda Curitiba”, destaca a administradora da Regional Matriz, Rafaela Lupion.
Memória
Três décadas atrás, a Guarda Municipal engatinhava após a criação do órgão, em 1986, e da formatura da primeira turma de servidores, dois anos depois. Não tinha arma de fogo nem colete balístico para todos, mas a dedicação ao serviço era total.
“O primeiro local em que trabalhei foi na Praça Rui Barbosa, com o hoje inspetor Airton. Nossa primeira ocorrência foi um assalto a mão armada em plena praça. Portávamos apenas o bastão policial (tonfa)”, relembra o inspetor Cubas.
Mesmo com as limitações, a dupla deteve o assaltante e o desarmou - ele estava com um revólver calibre 38.
Há 29 anos na corporação, o supervisor Antônio Silveira avalia que um dos principais ganhos, com a consolidação do serviço, foi o respeito e a credibilidade da GM na sociedade. Reconhecimento que foi construído a partir de ações desenvolvidas inclusive em momentos de folga.
“Indo para o serviço, antes das 7h, vi uma pessoa sendo roubada por dois indivíduos com uma faca, na Avenida Visconde de Guarapuava. Não tive dúvida, parei o carro no meio da via e abordei os suspeitos”, conta o GM Carlos Ramos Campos, que defendeu a vítima e recuperou seus pertences. A ocorrência foi atendida no ano de 2016.
“Eu tenho muito orgulho de ser guarda municipal por ter muita presença na vida do cidadão. Fiz vários amigos e foi como GM que conheci minha esposa, que é assistente social”, compartilha Campos. A união de 12 anos começou quando ele a conheceu em um antigo posto da FAS, que funcionava na Rua Conselheiro Laurindo.
Fonte: PMC
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