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Geração pandemia: o que sinalizam nossos filhos?



Irritabilidade, agitação, apatia, confusão. Já não é de hoje, que crianças e adolescentes estão sinalizando seus desgastes advindos da pandemia.


O mundo se tornou extremamente ameaçador e controlador, nos colocando em ilhas. Nossas proximidades com a fragilidade, a finitude e a impotência estão certamente anulando muitas das perspectivas e das idealizações coloridas dos universos infantis e jovens.


E não é para menos. Resumir todo aquele grandioso olhar sobre mundo nos limitados cômodos da casa, fazer a escola caber neste espaço e adequar convivência, emoções e incertezas, torna a vida tão pequena e desgastada. Como pais da geração pandemia, muitas vezes realizamos tentativas diante nossos próprios impactos, para resgatarmos estes filhos daquilo que descrevemos como incompreensível e incômodo.


Talvez a primeira coisa a se fazer, é olharmos para nós e aceitarmos nossas fragilidades. Nos despirmos das roupas de super heróis, diante deles. “Está tudo bem, você se sentir assim! Também sinto coisas desagradáveis. É compreensível, olharmos e sentirmos tudo isso desta forma. Estamos juntos.”


Há várias formas de comunicar este apoio e se mostrar aliado: diálogo formal ou informal, nas brincadeiras, nas leituras, nos gestos, nos olhares. Toda vez que comunicamos a valorização por sentimentos ou pensamentos indesejáveis, saímos cada um de nossas ilhas e nos unimos em uma só. Não desconsidere, desvalorize ou distraia os sinais da geração pandemia. Seja honesto e acolha. Seja ser humano, antes de pais.


Psicóloga Fabiana Witthoeft- CRP 08/08741

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