“As equipes continuam trabalhando, com todos os procedimentos de segurança e, agora, com o presente de poder observar esses visitantes”, o diretor de Produção Vegetal da Secretaria do Meio Ambiente, José Roberto Roloff.
Foto: YouTube
Sem o vai e vem de turistas e de moradores da cidade que buscam o Jardim Botânico de Curitiba para caminhadas e contemplação, a equipe de manutenção da unidade de conservação registrou a presença de maior número e espécies diferentes de animais silvestres no local.
Ponto turístico mais visitado da cidade, o Jardim Botânico está fechado por conta das medidas preventivas da contaminação do novo coronavírus.
Todos os registros estão no site iNaturalist, que vem sendo abastecido, em especial pelos biólogos Tadeu Motta e Maristela Zamoner. “Aves e borboletas estão entre os mais vistos”, conta a chefe da unidade de conservação, Sônia Oliveira.
Os biólogos relatam terem avistado um pica-pau-do-campo, pica-pau-branco, pica-pau-anão, além de mais corujas, saracuras, gambás, cutias, famílias inteiras de preás e espécies raras de gaviões.
“Sem o movimento normal, vemos mais preás pelos gramados e os gaviões - predadores da espécie - vêm atrás de alimento”, conta Tadeu Motta, ao explicar os motivos para o aumento da presença dos animais.
Não alimente
Apesar de alguns relatos feitos em redes sociais, de que os animais estariam passando fome, o diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria do Meio Ambiente, Edson Evaristo, lembra que eles são de vida livre e têm alimentação disponível na natureza.
“Há uma grande variedade de itens para essa alimentação, como folhas, flores, sementes, seiva de árvores, ovos, larvas, insetos e outros animais”, enumera.
As equipes de manutenção têm encontrado restos de alimentos nas cercas próximas ao Bosque do Jardim Botânico, o que pode indicar que as pessoas estejam tentando alimentar os animais silvestres, mas a prática não é indicada.
“Isso gera dependência, desmotivando-os a buscar o seu alimento e interfere na capacidade de suporte do ambiente, afetando o equilíbrio populacional”, conta Evaristo. Além disso, itens fornecidos por humanos podem conter conservantes ou ter passado por uma situação imprópria de armazenamento para a nutrição animal.
Outras unidades de conservação
Parques da cidade que não foram fechados, mas que registram queda de movimento em razão do isolamento, também foram palco de fatos inusitados, como a desova do cágado-rajado na área das quadras de vôlei do Parque Barigui.
Fonte: PMC
Comments