Inaugurada em junho pelo prefeito Rafael Greca, a Fazenda Urbana de Curitiba é inédita no país e dedica-se à educação para prática agrícola sustentável nas cidades.
Foto: SMCS/Pedro Ribas
Capacitações e visitas na Fazenda Urbana de Curitiba só vão começar após a pandemia do novo coronavírus, mas as hortaliças cultivadas no complexo da Prefeitura precisam ser colhidas e já têm destino certo a partir desta semana: as mesas das famílias curitibanas que não têm acesso à boa alimentação.
Nesta quinta-feira (16/7), os primeiros pés de alface e temperos prontos para colheita na Fazenda Urbana foram entregues a representantes do Terreiro Vovó Benta, uma das entidades parceiras na distribuição gratuita de alimentos do Mesa Solidária.
A ação conjunta vem mobilizando, desde o ano passado, Prefeitura, instituições religiosas, organizações não-governamentais (ONGs) e movimentos de apoio às pessoas em situação de rua.
"Estes alimentos frescos e sem agrotóxicos da Fazenda Urbana serão doados a 80 famílias atendidas pelo Terreiro no Bairro Alto e também usados no preparo dos lanches que servimos gratuitamente nos pontos do Mesa Solidária do Restaurante Popular do Capanema e do Centro POP Plínio Tourinho", salienta Lilian Maria Dallastra, representante do Terreiro
Vovó Benta.
De acordo com ela, devido à pandemia do novo coronavírus, mais famílias têm buscado os alimentos preparados pela instituição religiosa. "São cabeleireiras, manicures e autônomos que perderam renda, por conta do isolamento social, e que estão sem o que comer em casa", enumerou.
Ainda esta semana, conta o engenheiro agrônomo Marcos Rosa, da Fazenda Urbana, mais dois parceiros do Mesa Solidária - a Igreja Presbiteriana do Capão da Imbuia e a ONG Gastromotiva - irão receber as hortaliças colhidas no espaço localizado no bairro Cajuru.
Morgiana Maria Kormann, coordenadora do Mesa Solidária, lembra que a Fazenda Urbana passa a fornecer hortaliças através da rede do Banco de Alimentos do Município, administrado pela Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional (SMSAN), que destina gêneros alimentícios e hortifrútis a pessoas em situação de vulnerabilidade e risco social.
"A distribuição dos produtos é feita por intermédio da Prefeitura, para entidades cadastradas ou através de instituições parceiras de ações, como o Mesa Solidária", acrescenta ela.
Da rede do Banco de Alimentos do Município, participam também, como doadores, os Armazéns da Família, Sacolões, mercados municipais, feiras e programas federais como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Fazenda e Mesa
Em uma área de 4.435 m², ao lado do Mercado Regional do Cajuru, a Fazenda Urbana de Curitiba reúne os mais modernos métodos de plantio de alimentos saudáveis, sem agrotóxico. São mais de 60 variedades agrícolas orgânicas cultivadas, com a produção de frutas, legumes e verduras, além de ervas, temperos, chás e plantas alimentícias não convencionais (pancs).
O Mesa Solidária é uma ação conjunta de órgãos da Prefeitura - como Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, Fundação de Ação Social (FAS) e Secretaria Municipal de Defesa Social, que cedem espaços e apoio logístico - e instituições religiosas, organizações não-governamentais (ONGs) e movimentos de apoio às pessoas em situação de rua - que adquirem, preparam e servem os alimentos.
Além disso, desde maio, feiras e Sacolões da Família aderiram ao Mesa Solidária, doando hortifrútis para parceiros que os distribuem para instituições de longa permanência, como asilos, casas de recuperação de dependentes e creches, bem como para famílias carentes.
Fonte: PMC
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