Existe luz no fim do túnel
- Jornal do Juvevê
- 20 de abr. de 2021
- 4 min de leitura
Apesar dos números expressivos de mortos de Covid 19, existem pessoas que sobreviveram e a única saída para resolver todo esse problema é a vacina.
Existe uma luz no fim do túnel e com essa matéria iremos mostrar como chegar até a luz, conversando com a Médica Otorrinolaringologista que trabalha na Clínica Geral da Unidade Covid do Hospital de Clinicas (HC) Doutora Carla A. M. C Rogenski.

O que é o Covid?
COVID-19 é uma sigla em Inglês da doença causada por um vírus - "COronaVIrus Disease" - que apareceu no mundo no ano de 2019, inicialmente em uma cidade chinesa chamada Wuhan. O coronavírus é uma família de vírus conhecida, que provoca doença em várias espécies, inclusive a humana, porém essa variante apresentou potencial de infectividade destacado e conseguiu tomar proporções mundiais.
Qual é a chance de sobreviver de uma pessoa que pegou covid?
A maioria dos afetados pelo vírus desenvolvem sintomas brandos, como de um resfriado comum, ou até mesmo nenhum sintoma. Estima-se que 80% dos afetados vão expressar essa forma de doença, sarando sem maiores prejuízos em até 10 dias do início dos sintomas. Para algumas pessoas, em contextos de doenças prévias à COVID-19, onde já
Doutora Carla A. M. C Rogenski
Otorrinolaringologista
existe um ambiente interno inflamado, a doença pode ser bastante grave e, em algumas situações, levar à morte.
Pessoas infectadas pelo Covid podem ter sequelas?
Pessoas infectadas pelo SARS-CoV-2, variante do coronavirus responsável pela COVID-19, podem ter sequelas, a depender do órgão afetado, considerando se tratar de uma doença que afeta o corpo inteiro.
Os pulmões são o órgão-alvo favorito, por apresentarem uma grande área de exposição e finas membranas que separam o espaço aéreo da circulação sanguínea. Nesse órgão acontece uma lesão num padrão chamado "vidro fosco", que dificulta a troca de oxigênio por gás carbônico, levando a uma queda de oxigenação no sangue. Com isso, o corpo começa a inflamar, recrutando nossos mecanismos de defesa, que são verdadeiras bombas de veneno, com a finalidade de aniquilar o inimigo (o vírus).
Neste momento, o vírus já alcançou a circulação sanguínea e já se espalhou pelo corpo todo. Com a inflamação crescente, ativa-se o mecanismo de coagulação, e coágulos começam a se formar nas pernas, no coração, que são levados pela circulação sanguínea até "filtros" naturais, nos pulmões, no cérebro, nos rins, e mesmo no coração.
Nestes locais, os coágulos interrompem a circulação sanguínea e acontecem infartos, de variadas intensidades
Em última instância, a COVID-19 é uma doença da coagulação.
Os pulmões sofrem para se recuperar, pois desenvolvem cicatrizes que, por vezes, não conseguem se desfazer, levando à dificuldade crônica de oxigenação.
Os rins também sofrem, podendo parar de funcionar para a filtragem do sangue, causando excesso de água circulante e acúmulo de impurezas que o corpo produz em seu funcionamento normal.
Pessoas que se recuperaram do Covid podem ficar imunes ou serem infectadas mais de uma vez?
Pessoas que se recuperaram da COVID-19 ficam mais fortes para pegar a doença novamente, dificultando o trabalho de invasão do vírus, porém o vírus tem se reinventado, criando "truques" para enganar nossa capacidade de defesa. Portanto, precisa continuar se protegendo, mesmo quem já teve a doença.
Qual é a visão da ciência a respeito do uso do tratamento precoce?
O tratamento precoce não produziu o benefício esperado, apesar da grande ansiedade tanto do médico quanto do paciente. Se a doença for branda, é autolimitada e sara sem maiores intervenções, além de sintomáticos, hidratação e repouso com isolamento. Se a doença for moderada a grave, vai ser necessário diminuir a inflamação e proteger contra a formação de coágulos, além da vigilância à invasão de bactérias, que se aproveitam do ambiente propício e de fragilidade das defesas naturais.
Lockdown tem resultado?
O lockdown é uma medida extrema que impede o contato entre as pessoas. Dessa forma, evita a propagação do vírus. Mas é insustentável a médio e longo prazo, o que nos leva a propor medidas complementares, como a vacinação, principalmente. Máscaras efetivas, como a N95/ PFF2, protegem nariz e boca, que são as portas de entrada do vírus. Álcool 70° desidrata a membrana que envolve o vírus e o destrói. Essas medidas são efetivas e devem ser adotadas por todas as pessoas, além de evitar aglomeração. Porque o contágio é interpessoal principalmente, quando ocorre a entrada de gotículas contaminadas com o SARS-CoV-2 pelo nariz e boca.
As superfícies podem guardar o vírus enquanto houver umidade, mas é a mão que leva o vírus às portas de entrada (nariz e boca, olhos mais raramente).
Qual é a melhor vacina para combater o Covid?
A melhor vacina é a que aparece antes! Qualquer vacina será melhor que nenhuma vacina! Todas têm vantagens e desvantagens, a depender da forma em que são estocadas, necessidade de segunda dose de reforço, preço, e até mesmo a tecnologia empregada na fabricação. Somos veteranos em algumas formas de fabricar vacinas, como vírus morto, ou outro vírus atenuado carregado de material genético do SARS-CoV-2, mas foram desenvolvidas novas tecnologias que, sem dúvida, vieram para somar!
Depois de tomar a vacina, a pessoa poderá ter vida normal ou não
Depois de tomar a vacina, a pessoa precisa ainda manter as medidas gerais (máscara, álcool 70° e evitar aglomeração) até que a maioria das pessoas estejam vacinadas. Pode-se adoecer, mesmo tendo tomado a vacina. Nenhuma vacina é 100%, nem mesmo as que já utilizamos para outras doenças virais e bacterianas, mas sem dúvida elas reduzem o contágio e as taxas de complicações.
Sabemos que os números cada dia mudam, porém, em sua proporção, existem mais pessoas sobrevivendo ou morrendo do Covid?
Certamente existem mais pessoas sobrevivendo à COVID-19.
A mensagem é: mantenha os cuidados com nariz, boca e mãos e evite aglomerações, mantendo distância segura! Assim, pode ir aonde quiser e fazer o que quiser! Quando todos tiverem tomado a vacina, teremos nossas vidas de volta, sempre em mente que o risco biológico é real e que a sociedade deve se comportar com cautela em todos os círculos sociais. Essa modulação de comportamento vai nos proteger de eventuais epidemias que possam vir no futuro
Essa matéria é o ponta pé inicial para mostrar que existem pessoas que sobreviveram dessa doença que está afligindo o mundo.
Na sequência, vamos contar relatos de pessoas que sobreviveram do Covid 19.
Doutora Carla Camargo Rogenski, Otorrinolaringologista, CRM-PR 13.945, RQE 7810, membro do Time COVID do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Consultório: Rua Pedro Ivo, 706, sobreloja, Centro, Curitiba, PR. Contato: 3022-4889/ 99611-9920
Fonte: Redação
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