É provável que você, leitor, já não tenha mais um de seus quatro avós vivos. É possível, até, que nenhum um deles.
Deixe-me adivinhar, neste quarteto especial, um ou dois marcaram sua vida de forma mais intensa. Que saudade que dá da avó doce e meiga, que tinha sempre um bolo e um pão caseiro para nos esperar. Ou da avó engraçada, dançante e piadista. Saudade do barulho da máquina de costura e do cheiro da misturinha para engomar as roupas.
Ah! E aquele avô talentoso, que consertava qualquer brinquedo ou carro, no cantinho engraxado de ferramentas tão misterioso? Dá saudade dos avós jovens que brincavam no quintal e deles já velhinhos, contando as histórias,
Mylena Cooper
Diretora dos Crematórios Vaticano
repetidamente. Das gargalhadas vigorosas de quando havia vigor para isso e dos sorrisos mais serenos com olhos brilhantes, quando a vitalidade já estava se despedindo.
Com o tempo passamos a valorizá-los, pois antes simplesmente não reconhecíamos o valor de cada atitude. Hoje, sabemos o trabalho que dá para fazer o pão caseiro com bolo, a paciência que exige consertar algo (sem ajuda do Youtube). Valorizamos o quanto nos foi doado da vida deles, sem pressa. Imaginamos como batalharam para criar os muitos filhos em tempos de fraldas de pano, água de poço e sem desenhos animados!
Como desbravaram a indústria, o comércio, o lar, sem internet. Como a casa era agradável, as roupas limpas, a comida deliciosa, sem tantas máquinas e produtos. Avós são o ponto de encontro da família e quando se vão, esse ponto é interditado. Precisamos nos reestruturar com os dias, horários e locais. Criamos um novo ponto de encontro que só nós enxergamos, com uma coletânea de bons momentos, os quais acessamos frequentemente. Não conheço nada mais doce do que as marcas que os avós deixam na alma dos netos.
Hoje é dia dos Avós! Dia de acessar essa coletânea em nossa memória e agradecer!
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