Cyberbullying em jovens no meio escolar
- Jornal do Juvevê
- 24 de mai. de 2021
- 2 min de leitura

A internet veio para ficar. Os jovens são os consumidores diários com mais disponibilidade para estar online e os mais vulneráveis a riscos e a possíveis danos. Cumprem online uma das tarefas mais importantes para o seu saudável desenvolvimento: a socialização. Pertencer a um grupo é imperativo. Estar sempre online é o principal requisito. E assim vão deambulando entre uma socialização a que chamo de presencial e digital, isto é, uma socialização mista. Esta é a visão otimista e glamorosa do retrato da vida dos jovens. O problema surge quando só apostam na socialização digital (dependência de estar online) e/ou apostam na socialização digital de forma a causar sofrimento no outro, ter um meio de diversão e tornarem-se populares (isto é, cyberbullying). […]
O cyberbullying é uma realidade inevitável. Não há força física, não há medo da descoberta, não há feedback do sofrimento da vítima, e existem muitos seguidores, uns que estão do lado do agressor, outros que defendem a vítima e, também, os indiferentes. […] é uma forma de diversão realizada pelos cyberbullies, que se apresentam como frios e poderosos, com uma identidade falsa ou, por vezes, fazendo-se passar por incógnitos, e que assim se tornam muito populares e temidos.
O bullying ganhou uma nova ferramenta de atuação: as tecnologias de informação e comunicação (...). O cyberbullying surge nas redes sociais, nas mensagens, nos blogues, no e-mail.
Pode surgir de várias formas: pela passagem de informação ou imagens privadas [...], tornadas acessíveis a todos, pelo envio repetido de mensagens agressivas e de humilhação, revelando ou não a identidade, pela exclusão de um determinado grupo e pelo roubo da identidade, de forma a enviar informação que danifique a reputação.
Tudo fica registado, para sempre. Uma espécie de pegada digital, com contornos muito negativos e nefastos para as vítimas. Este aspeto está longe de ser consciencializado pelos jovens. Não têm noção de que o impacto está para além daquele dia, daquele mês, daquele ano.
Um dos fatores que mais contribuem para a existência do cyberbullying são as rápidas competências tecnológicas que os jovens adquirem (...). Há um trabalho importante a fazer com os jovens, os pais e os professores para cercar o cyberbullying. É muito importante que o jovem tenha um espaço para falar a respeito do que se está passando e de como está se sentindo (...).
O silêncio é o pior remédio. Mas muitas vezes é aquele que é mais usado. Faz aumentar o cyberbullying para proporções de sofrimento inimagináveis. As alterações nos resultados escolares, no comportamento em casa e na escola com os amigos e na sala de aula são importantes sinais de alarme. Às vezes, o cyberbullying é a ponta do iceberg, de outras vulnerabilidades que os jovens apresentam: agressores e vítimas. Todos apresentam características de certa forma semelhantes, relativas à escassez de apoio familiar e nas dificuldades nas relações com os pares, uns por maior isolamento, outros por guerrear o poder. Todos precisam de ajuda!
Rebeca cheron de Oliveira
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