A medida prevê reforçar a proteção das pessoas mais vulneráveis às complicações da doença diante do aumento de circulação das variantes P1 e Delta do coronavírus, que têm se espalhado intensamente em todo o país.
Foto: Hully Paiva/SMCS
Curitiba antecipa a aplicação da dose de reforço da vacina contra a covid-19 para idosos de maior vulnerabilidade. Começam a receber o reforço ainda nesta segunda-feira (30/8) os idosos de 60 anos ou mais das instituições de longa permanência. A partir desta terça-feira (31/8) a vacinação será levada às casas de idosos acamados acima de 70 anos.
Nas instituições de longa permanência, a estimativa da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) é de vacinar cerca de 3 mil idosos. Funcionários das instituições não receberão a dose de reforço.
A ampliação da faixa etária dos idosos das instituições para 60 anos ou mais se baseou em critérios de maior risco, pelo convívio coletivo e por entender que asilados, mesmo abaixo de 70 anos – idade definida pelo Ministério da Saúde – possuem outros comprometimentos de saúde.
Critérios epidemiológicos
A decisão da antecipação da dose de reforço foi tomada pelo Comitê de Técnica e Ética Médica em reunião extraordinária na última sexta-feira (27/8), após análises de dados epidemiológicos atualizados.
Um levantamento do Centro de Epidemiologia da SMS demonstrou aumento no número de casos, internamentos e óbitos de pessoas idosas a partir da primeira semana de agosto.
Ao comparar o pico de óbitos entre adultos no mês de março (de 21 a 27/3) e junho (de 30/5 a 5/6) o resultado foi um crescimento de 21%. No entanto, houve uma redução de mortes de 48% entre os idosos no mesmo período, o que comprova que a vacina foi eficiente para segurar o avanço da doença nesse grupo.
Porém, ao olhar mais para frente, na primeira semana epidemiológica de agosto (de 1 a 7/8) os dados alertam para a reversão na curva de casos, internamentos e óbitos na população idosa, que estava em queda e voltou a subir. Entre as semanas epidemiológicas de 25 a 31/7 e de 8 a 14/8 houve um aumento de 10 pontos percentuais tanto na taxa de internamento quanto na taxa de óbito de pessoas acima de 60 anos.
Após a publicação desses estudos que apontam redução da resposta imunológica principalmente em pessoas mais idosas, o Ministério da Saúde liberou a aplicação da dose de reforço em pessoas acima de 70 anos.
Em Curitiba, 90% das pessoas com mais de 90 anos já completaram a imunização há mais de cinco meses. Entre os idosos de 85 a 89 anos, o percentual é 77%. Na faixa de 70 a 79 anos é de 94%.
A aplicação da dose de reforço seguirá a recomendação do Ministério da Saúde. A dose adicional deverá ser, preferencialmente, da plataforma de RNA mensageiro (Pfizer/Wyeth) ou, de maneira alternativa, vacina de vetor viral (Janssen ou Astrazeneca).
A ampliação da estratégia de reforço para demais grupos de idosos depende de chegada de remessas de imunizantes.
Primeira dose
A antecipação não irá interferir no avanço da imunização dos demais. A SMS seguirá com o cronograma de aplicação da primeira dose da vacina anticovid até atingir toda a população acima de 18 anos completos, conforme prevê o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19.
Fonte: PMC
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