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COMO ESTÃO NOSSAS MÃES NA PANDEMIA?


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O mundo já encara uma das suas maiores dificuldades e um dos cenários mais caóticos já vistos com a pandemia da covid-19 há mais de um ano. Obviamente, que a pandemia deixa marcas por onde passa, seja na economia, na educação, na própria saúde, mas como estão nossas mães?


De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, a pandemia obrigou sete milhões de mulheres a saírem do mercado de trabalho em março de 2020. Metade das mulheres brasileiras passaram a cuidar de outra pessoa neste período. Um estudo realizado pela UFMS, que é a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul mostrou que quase 84% das mães sentiram-se sobrecarregadas na pandemia.


Essa porcentagem escancara uma realidade comum na nossa sociedade, a romantização da dupla, tripla e quádrupla jornada da mulher que assume o papel de mãe. Se antes da pandemia as mulheres mães já precisavam somar esforços para conciliar tarefas, a pandemia agravou a situação dessas, que por muitas vezes, tem seu trabalho como invisível.


Assim, 36% das mães deixaram de procurar emprego durante a pandemia. Tal realidade não só impacta a situação psicológica das mães, com inúmeras tarefas cotidianas, como também a renda familiar de inúmeros brasileiros. Importante é destacar ainda, que o impacto sobre as mulheres negras é mais significativo, uma vez que essas já são precarizadas pela sociedade.


É preciso pensar nas nossas mães e pensar no atual e pós pandemia. É nítido que este período deixará marcas difíceis de serem reparadas, talvez seja preciso mais que um mandato de quatro anos em uma nova gestão presidencial para retomar o que perdemos com o cenário.


Para isso, políticas públicas são necessárias, principalmente aquelas que versem sobre nossas mulheres brasileiras, que estão sendo constantemente afetadas, uma vez que já sofrem de inúmeros impactos diariamente.


Encerro dizendo que não sou mãe, mas que sou filha e resido com uma. Que além de mãe, também é filha e está constantemente preocupada com a saúde dos que estão a sua volta, além disso, essa mãe também é professora e fora das paredes de casa, ainda está preocupada com a educação dos seus alunos, que se apresenta como outro tema precarizado no nosso país.


Camilla Gonda - Acadêmica de Direito pela PUCPR e Ciências Sociais pela UFPR. Pesquisadora em Ciência Política pela UFPR.

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