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Celebrando o Natal


Antes de Jesus Cristo, a festa do dia 25 de dezembro celebrava o sol. No Hemisfério Norte, os dias encurtam no inverno, chegando à “aurora boreal” no polo Norte.


O dia 25 de dezembro começa a alongar a claridade do dia e a encurtar a escuridão da noite. É a luz que vai vencendo a escuridão. É a vitória da luz sobre as trevas. Os romanos celebravam então o dia do sol, que garante a luz necessária para caminhar e iluminar o ambiente. Os cristãos acharam esta festa muito significativa e começaram a lembrar do nascimento de Jesus neste dia. Para eles, Jesus é o sol verdadeiro que ilumina todo o homem que vem a este mundo. Assim, percebemos que o Evangelho de João, capítulo primeiro, João diz que Jesus é a Luz verdadeira: “... e a vida era a luz dos homens: e a luz brilha nas trevas, mas as trevas não a apreenderam.” E acrescenta, falando de João Batista: “Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da Luz. O Verbo era a luz verdadeira que ilumina todo o homem...”


No Vaticano II, o documento sobre a Igreja começa assim: “A luz dos povos é Cristo...” Supõe que a Igreja é a lua, que recebe a luz do sol, que é o Cristo.


Por isso, para nós cristãos, o Natal não é apenas a festa do sol, como a celebravam os não cristãos. Cristo é o sol que traz a verdadeira vida e a fé Nele ilumina nossa vida e lhe dá sentido e imortalidade. No Natal, Cristo invade o mundo com sua luz e com a certeza da vida eterna. Quem o recebe escapa das trevas e da confusão. O mundo e a vida passam a ter outro sentido. Em Cristo, nós vivemos, nos movemos e somos, unindo-nos na vida da Trindade. Sabemos de onde viemos e sabemos para onde vamos. A luz de Cristo nos mostra quem nós somos e para que vivemos. Mostra que somos filhos de Deus e herdeiros da mesma herança de Jesus no Céu. A vida encontra sentido. Nossa caminhada tem uma direção e sabemos onde iremos chegar.


Além disso, escapamos do destino implacável, que os gregos imaginavam. Para eles, o tempo e o mundo se repetem todos os anos. Nada de novo surge sobre a terra ou debaixo do sol. O destino deles submetia até os deuses. Usavam as palavras Tichê ou Moyra, que são carregadas de pessimismo e mostram a incapacidade de construir um mundo novo. Os judeus e os cristãos imaginam o tempo como linear, isto é, como um caminhar sempre progressivo, onde Deus, que coordena o universo, nos leva a uma meta sempre carregada de esperança e de vitória no futuro. Por isso, os judeus não desapareceram como povo, como aconteceu com todos os seus povos vizinhos. E os cristãos continuam sonhando com um “novo Céu e uma nova terra, onde o Cristo será a luz de todos os povos. “As nações caminharão à sua luz” (Apc 21,24).” Já não haverá mais noite: ninguém mais precisará da luz da lâmpada, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles...”(Apc 22,5). Toda a escuridão e confusão será destruída. Será um mundo sem males.


Isso é muito mais do que alongar o dia, como pensavam os romanos, ao celebrar a festa do sol. Vencemos o destino e a repetição contínua pensada por estações de inverno, primavera, verão e outono. Quando Paulo falou dessa vitória, no areópago de Atenas, os sábios o mandaram embora. Paulo falava da Ressurreição e da vitória sobre o inexorável destino da repetição. Falava de um futuro maravilhoso em Cristo. Os sábios esperavam apenas a repetição dos tempos.


Por isso, para nós cristãos, o Natal não é apenas o nascimento de uma criança, ainda que isso seja algo tão maravilhoso, que estupefaz pais e mães. É a vida e a luz que entram no mundo.


É o sentido de nossa vida e a garantia de nosso futuro.


P. Eugenio João Mezzomo.


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