Nadando rapidamente, sem ter muita noção do tempo e atenção com o que acontecia em volta. Foi percebendo o meu cansaço e desgaste emocional, que eu resolvi subir e respirar. E este movimento, representou o meu rápido recesso nesta penúltima semana do mês de Julho. Se, ainda as águas fossem calmas.
É muito interessante perceber que nós, profissionais da saúde mental, somos vistos produzindo muitas espetos de ferro, como ferreiros. Infelizmente não é possível utilizar da própria escuta, ferramentas e técnicas para sair ileso das marés baixas ou das ondas gigantescas prestes a nos engolir.
Puxa, seria fantástico! Mas não é possível. As vezes vem a estafa, a necessidade de organizar a vida pessoal pra poder continuar e a urgência em definitivamente se olhar e ajustar as emoções amarrotadas. Confesso, que seja um privilégio do meio do ano. Talvez eu não conseguisse fazer isso em outras épocas, ou que futuramente não consiga.
Mas se eu não me permitisse ir até a superfície, chegaria um ponto que se tornaria irresponsável da minha parte, lidar com parcelas da vida que meus pacientes me entregam. Eu acredito que se não fosse possível puxar o fôlego neste momento desta forma, teriam que haver outras possibilidades para que eu respirasse e continuasse a nadar. É como se já estivéssemos percorrido meia piscina olímpica, e agora falta mais o mesmo tanto. Eu te desejo, que possa encontrar o seu formato de olhar para o restante da sua piscina com a vontade e o amor em atravessa-la. Certamente, você consegue ver algo importante ao fim dela.
Que valha a pena, puxar um fôlego extra agora, para depois estar lá. Lembrando que para estar lá, precisa de uma braçada por vez. Agosto, chegou: respira e continua a nadar!
Psicóloga Fabiana Witthoeft- CRP 08/08741
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