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Acidentes com aranha-marrom caem na pandemia

“Também é importante não matar lagartixas, que além de não oferecerem nenhum risco às pessoas, são excelentes predadores de aranhas”, afirma Marcelo Vettorello o biólogo da Secretaria Municipal da Saúde.

Foto:arquivo SMCS/ Rogério Machado


Curitiba registrou 472 acidentes com aranha-marrom em 2020, o menor número dos últimos 28 anos, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba. Em 2019, por exemplo, foram 848 acidentes provocados pelo aracnídeo na capital.


A queda significativa pode ter relação direta com a pandemia da covid-19. “Como as pessoas estão ficando mais em casa, aumentam os cuidados com a limpeza, que é a forma mais eficaz de prevenção”, diz Marcelo Vettorello, biólogo do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba.


Em 1993, a notificação dos acidentes com arranha-marrom se tornou obrigatória no país. Neste ano, Curitiba registrou 1.852 casos de picadas, e no início dos anos 2000, a cidade teve um aumento muito grande de casos, com mais de 3 mil registros.


Depois, com mais informações e cuidados da população, os casos confirmados de acidentes com aranha-marrom foram diminuindo ao longo dos anos, mas a cidade é ainda uma das capitais com maior registro de acidentes com o aracnídeo.


A aranha-marrom, um animal pequeno mas que esconde um veneno muito potente, é bastante comum na região Sul do país. O calor é o período com maior incidência de picadas pois o tempo quente favorece a circulação dos animais pelos ambientes em busca de alimento e de parceiros para reprodução.


Durantes essas “saídas” a aranha-marrom acaba entrando em roupas, calçados, roupas de cama e de banho, e outros objetos onde pode encontrar abrigo. Essas aranhas não são agressivas e só picam como uma atitude de defesa quando se sentem ameaçadas. Os acidentes normalmente ocorrem quando a aranha-marrom é prensada contra o corpo, por exemplo, quando uma pessoa está se vestindo.


Aspirador de pó e lagartixa

Como a aranha-marrom gosta de lugares secos e escuros como frestas, rodapés, atrás de móveis e outros, é importante manter a limpeza da casa, especialmente com aspirador de pó.


Produtos químicos, como inseticidas, não são indicados para o controle da aranha-marrom. “Além de não ter o efeito desejado, pode ter o agravante de matar as lagartixas do ambiente e causar ainda mais descontrole".


Além disso, segundo o biólogo, o uso indiscriminado de produtos químicos pode aumentar a resistência de várias espécies de insetos (como o mosquito da dengue) e causar sérias intoxicações nas pessoas e animais domésticos.


Como identificar a picada de aranha-marrom

De início, a picada da aranha-marrom não dói e os sintomas começam a aparecer depois de 6 horas, podendo evoluir para casos mais graves em 72 horas.


O ardor no local, seguido de inchaço e vermelhidão são os indicativos mais fortes de que você foi picado por uma aranha-marrom. Se não houver tratamento, pode evoluir para uma lesão que leva muito tempo para cicatrizar, exigindo, às vezes, até um enxerto de pele.


O que fazer

Aos primeiros sinais da picada, a pessoa deve lavar bem o local do ferimento e procurar atendimento numa Unidade de Saúde e se possível, levar junto a aranha para a identificação, auxiliando assim o diagnóstico. A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba tem protocolo específico para identificar os casos e aplicação dos procedimentos. Quanto antes for feito o diagnóstico, melhor vai ser a evolução do quadro, com a medicação adequada, lembrando que somente os casos classificados como graves e com evolução de até 36 horas têm indicação da utilização do soro antiaracnídico.


O que não fazer

É importante não manusear nem espremer a lesão. A pessoa picada pela arranha-marrom também deve evitar praticar atividades físicas e não se expor ao sol, banhos quentes ou outra forma de exposição ao calor. Também não deve aplicar nenhum tipo de remédio ou produtos caseiros sem indicação médica, pois a lesão pode infeccionar, agravando ainda mais o caso e prolongando o período de recuperação.


FONTE: PMC

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