A real inclusão social
- Jornal do Juvevê
- 25 de nov. de 2020
- 2 min de leitura

Muitas pessoas conceituam de forma errônea a inclusão social por acreditar que ao fazer doações e ajudar financeiramente já estão contribuindo e fazendo a sua parte! A realidade é que realmente várias instituições e famílias de pessoas com deficiência precisam de doações e com certeza elas tem a sua importância, mas para realizar a real inclusão social é essencial existir a presença, a troca e a convivência.
Apesar do diferente poder causar estranheza em um primeiro momento eu posso afirmar com absoluta certeza que conviver com o diferente é muito bom! Ter um irmão autista é estar aprendendo e evoluindo constantemente.
Como já relatado no meu primeiro artigo, para existir a inclusão social de fato precisa existir acessibilidade a locais de uso comum, afinal as pessoas com deficiência possuem os mesmos direitos e obrigações que qualquer pessoa. Esta percepção de igualdade é essencial para a inclusão social existir. A deficiência não está nas pessoas mas nas barreiras impostas pela sociedade.
Antigamente em algumas comunidades inclusive era comum as crianças que nascessem com alguma deficiência serem sacrificadas pois acreditava-se que tal condição enfraquecia a comunidade como um todo. Este é um exemplo real de como percepção de evolução de sociedade para muitos é equivocada. Na minha concepção acredito que as sociedades que mais prosperam e se fortalecem são as que sabem conviver com as diferenças, com amor e respeito ao próximo.
Alguns avanços podem ser observados nas últimas décadas como a instituição da Lei brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência em julho de 2.015, considerando que até então os direitos das pessoas com deficiência estavam apresentados em várias leis diferentes, o que dificultava tanto o conhecimento como a aplicação destes direitos.
Mas apesar destes avanços muito ainda precisa ser feito para termos uma sociedade inclusiva e igualitária através da educação, conscientização e convivência. Para isto, a sociedade como um todo precisa querer a inclusão e mudar sua visão preconceituosa que por muito tempo prevaleceu e infelizmente ainda permanece, de exclusão, de piedade, pena ou rejeição. E não é porque as pessoas são diferentes ou possuem alguma condição diferenciada que elas não tenham capacidades, direitos e obrigações ou vontades. E que elas não mereçam o mesmo tratamento, amor e respeito que todos merecemos.
Carol Abreu- engenheira, empresária, escritora, palestrante, influenciadora digital e filantropa
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