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A RAZÃO E A EMOÇÃO


Nem sempre é simples separar a razão da emoção. Por várias vezes atitudes são tomadas de cabeça quente, ou no calor da emoção e a razão é deixada de lado. O contrário também acontece.


Na política, principalmente na produção de leis, essa análise é extremamente necessária. As vezes, uma ação pode ser tomada para atender determinado tipo de pessoa, ou situação, a curto prazo, e posteriormente entende-se que, se fosse analisado melhor, algo poderia ser diferente.


Cada vez mais a humanização tem se tornado presente nas políticas públicas. Pensar em atender as pessoas de acordo com a sua necessidade, é algo fundamental, mas também é importante analisar o resultado final, ou, a continuidade desta política.


Em Curitiba um projeto desenvolvido pela prefeitura através da Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional, Fundação de Ação Social e Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito, tem se destacado pela forma como tem sido conduzido e os resultados obtidos. O Mesa Solidária foi criado em 2019 e tem como objetivo atender a população em situação de rua em locais estratégicos, onde as entidades parceiras podem preparar e servir os alimentos.


São quatro pontos onde moradores de rua e outras pessoas em vulnerabilidade social podem ter a dignidade de se alimentar em uma mesa limpa, usando talheres, lavando as mãos e ainda receber outros atendimentos sociais.


O último espaço inaugurado foi o da Praça Tiradentes, nos fundos da Igreja Catedral Metropolitana, em frente ao Memorial à Nossa Senhora da Luz dos Pinhais (padroeira de Curitiba) e recebeu o nome de Mesa Solidária Luz dos Pinhais.


Há alguns dias fui acompanhar a distribuição de alimentos feita pelo Projeto Luz. Saí de lá com o coração explodindo de alegria. De um lado do balcão, dezenas de voluntários sorridentes atendendo o público que estava na fila. Do outro, homens e mulheres recebendo além da marmita, um pote de sopa, um copo de suco e uma fruta de sobremesa, mais do que isso, também carinho e atenção.


Parece simples, mas o processo é mais complexo do que se imagina.

Para entregar o alimento prontinho às 19h, aquela gente começou trabalhar bem antes. Mas eles não se importam, o que querem mesmo é ver o sorriso de quem é atendido. Posso afirmar com certeza, que quem doa, sai tão satisfeito quanto quem recebe.


Fome dói, mas essa ação deve ser a curto prazo. Assim como criar o ambiente e possibilidades para que em pouco tempo estas pessoas não precisem mais do alimento doado.


Protocolei recentemente um Projeto que sugere para a prefeitura a criação de um programa onde empresas que ganham licitação para executar trabalhos como poda de árvores, roçada, asfalto, entre outros, que não necessitam de mão de obra especializada, tenham uma cota para contratar pessoas em situação de rua.


Apresentei o projeto para o prefeito Rafael Greca e ele, imediatamente, acrescentou que estas pessoas que ocuparem estas vagas, terão também vaga em hotel social e curso de capacitação no Liceu do Ofício.


O coração manda atender de forma imediata e matar a fome, mas a razão manda ensinar a pescar. Juntos, agindo com em harmonia entre razão e emoção, chegaremos ao objetivo que é a transformação da sociedade.


Marcio Barros-Jornalista e Vereador de Curitiba

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